A melancolia como método de escrita

Numa novela magistral, Joseph Roth mostra como o ser humano, com toda a sua razão, não é mais previsível do que o acaso estatístico.

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Algumas das obras da primeira metade do século XX pertencem-lhe: Joseph Roth

Joseph Roth (1894-1939), nascido nos confins do império austro-húngaro — um dos grandes escritores da Europa Central nas primeiras décadas do século passado — escreveu algumas das obras magistrais em língua alemã na primeira metade do século XX: a curta novela O Chefe de Estação Fallmerayer, agora traduzida, foi uma delas. Sendo na aparência pouco mais do que uma história muito bem contada, ela é, no entanto, bastante mais do que isso. Na introdução cronológica à vida de Joseph Roth, o tradutor, Álvaro Gonçalves, deixa em epígrafe uma frase de Pietro Citati, em que se diz que Roth foi possuído pelo “dom de Xerazade que, todas as noites, a um passo da morte, conta as histórias que a tradição lhe confiou e que a sua fantasia reinventa”. Nada mais justo.

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Joseph Roth (1894-1939), nascido nos confins do império austro-húngaro — um dos grandes escritores da Europa Central nas primeiras décadas do século passado — escreveu algumas das obras magistrais em língua alemã na primeira metade do século XX: a curta novela O Chefe de Estação Fallmerayer, agora traduzida, foi uma delas. Sendo na aparência pouco mais do que uma história muito bem contada, ela é, no entanto, bastante mais do que isso. Na introdução cronológica à vida de Joseph Roth, o tradutor, Álvaro Gonçalves, deixa em epígrafe uma frase de Pietro Citati, em que se diz que Roth foi possuído pelo “dom de Xerazade que, todas as noites, a um passo da morte, conta as histórias que a tradição lhe confiou e que a sua fantasia reinventa”. Nada mais justo.