É cada vez mais difícil discutir com seriedade em Portugal, havendo cada vez mais gente que não distingue a mensagem do mensageiro. As reacções ao trabalho “Sustentabilidade do sistema de pensões português”, coordenado por Amílcar Moreira, apresentado na semana passada, é disso um exemplo. Amílcar Moreira é investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem obra científica publicada internacionalmente em temas relacionados com pensões, envelhecimento populacional e afins. O trabalho apresentado na sexta-feira passada demorou anos a ser feito. É um livro denso e árido, cheio de simulações matemáticas. Há mesmo simulações sobre o que aconteceria se Portugal adoptasse um sistema de Segurança Social semelhante ao sueco. Os autores fizeram ainda um resumo não técnico do seu trabalho com 120 páginas. Já agora, permitam-me uma crítica supérflua: um resumo pode ter 10 páginas, ou até 20; um resumo de 120 páginas é não ter uma noção apurada do significado de “resumo”.
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É cada vez mais difícil discutir com seriedade em Portugal, havendo cada vez mais gente que não distingue a mensagem do mensageiro. As reacções ao trabalho “Sustentabilidade do sistema de pensões português”, coordenado por Amílcar Moreira, apresentado na semana passada, é disso um exemplo. Amílcar Moreira é investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem obra científica publicada internacionalmente em temas relacionados com pensões, envelhecimento populacional e afins. O trabalho apresentado na sexta-feira passada demorou anos a ser feito. É um livro denso e árido, cheio de simulações matemáticas. Há mesmo simulações sobre o que aconteceria se Portugal adoptasse um sistema de Segurança Social semelhante ao sueco. Os autores fizeram ainda um resumo não técnico do seu trabalho com 120 páginas. Já agora, permitam-me uma crítica supérflua: um resumo pode ter 10 páginas, ou até 20; um resumo de 120 páginas é não ter uma noção apurada do significado de “resumo”.