Somos todos russos

Pouco interessam as percentagens que temos de judeus, romanos e mouros se agora temos a certeza que a nossa pouca portugalidade se deve inteiramente às mulheres.

Há 4000 anos, segundo um estudo científico sério, todos os homens da Península Ibérica, incluindo os portugueses da altura, descendiam de habitantes vindos da Rússia. Se incluirmos as mulheres, a percentagem de russos no sangue português é de 40%. Mas nos homens é 100%.

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Há 4000 anos, segundo um estudo científico sério, todos os homens da Península Ibérica, incluindo os portugueses da altura, descendiam de habitantes vindos da Rússia. Se incluirmos as mulheres, a percentagem de russos no sangue português é de 40%. Mas nos homens é 100%.

Trata-se de uma descoberta extraordinária. Os russos eram tão sedutores que as portuguesas desinteressaram-se totalmente da rapaziada portuguesa, efectivamente condenando-a à extinção.

Isto tudo aconteceu antes de os portugueses se cruzarem com todos os povos que estiveram por cá. Mas pouco interessam as percentagens que temos de judeus, romanos e mouros se agora temos a certeza que a nossa pouca portugalidade se deve inteiramente às mulheres.

Todos os portugueses passam a ter de dizer que são portugueses da parte da mãe. Eu que sou filho de mãe inglesa deixei de ser 50% português para ser só vagamente português.

Para mais somos todos muito mais russos que portugueses – o que explica muita coisa.

Como começar a fazer a psicanálise desta rejeição monumental? Como seríamos nós se as portuguesas de antanho tivessem virado as costas aos bonitões russos, preferindo cumprir o dever patriótico de reproduzir-se com os trogloditas tugas?

Seríamos ainda mais matarruanos e grunhos? Ou eram os nossos antepassados extintos mais nerds na altura, mais interessados em pinturas rupestres do que em caçar e apanhar castanhas do chão? Teríamos ainda mais poetas, arquitectos e inventores?

Nunca saberemos. Às vezes é melhor assim.