Televisão russa mostra mapa com alvos nos Estados Unidos

Na semana passada, o Presidente Vladimir Putin disse que Moscovo responderá "de igual para igual" se os EUA colocarem mísseis na Europa.

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Vladimir Putin LUSA/MAXIM SHIPENKOV

A televisão estatal russa mostrou uma lista de complexos norte-americanos que Moscovo atacaria se fosse alvo de um ataque nuclear, e disse que um míssil hipersónico que está a ser desenvolvido na Rússia seria capaz de os atingir em menos de cinco minutos.

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A televisão estatal russa mostrou uma lista de complexos norte-americanos que Moscovo atacaria se fosse alvo de um ataque nuclear, e disse que um míssil hipersónico que está a ser desenvolvido na Rússia seria capaz de os atingir em menos de cinco minutos.

Os alvos incluem o Pentágono e a residência de campo dos presidentes norte-americanos, em Camp David, no estado do Maryland. Mas também complexos militares já encerrados, como Fort Richie, um centro de treino militar no Maryland que foi encerrado em 1998 e uma base aérea na Califórnia que foi fechada em 2001.

A divulgação da lista é uma decisão pouco comum, mesmo tendo em conta o tom belicoso da televisão estatal russa, e surge dias depois de o Presidente Vladimir Putin ter dito que o país está preparado para uma crise com os Estados Unidos semelhante à crise dos mísseis de Cuba, em Outubro de 1962.

Com a subida da tensão na Rússia por causa do receio de que os Estados Unidos desloquem mísseis nucleares de médio alcance para a Europa, Putin disse que Moscovo seria forçada a responder com a colocação de mísseis nucleares hipersónicos nas proximidades de águas territoriais norte-americanas.

Os Estados Unidos dizem que não têm planos imediatos para estacionarem mísseis na Europa e descrevem os avisos do Presidente russo como sendo propaganda.

No entanto, a decisão norte-americana de abandonar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio, assinado em 1987, deu ao país a justificação para começar a desenvolver mísseis daquele tipo, que podem depois ser colocados na Europa.

Putin tem dito que a Rússia não deseja uma nova corrida às armas nucleares, mas tem reforçado o tom militar da sua retórica.

Alguns analistas olham para esta abordagem como uma táctica para tentar levar os Estados Unidos para a mesa de negociações, para discutir o equilíbrio estratégico entre as duas potências.

No domingo, o apresentador do principal programa semanal da televisão estatal russa, Dmitri Kiseliov, mostrou um mapa dos Estados Unidos e identificou vários alvos. Segundo ele, são alvos que Moscovo atacaria em caso de guerra nuclear.

Kiseliov, que é próximo do Kremlin, disse que o míssil hipersónico Tsirkon, que a Rússia está a desenvolver, poderá atingir os alvos em menos de cinco minutos se for lançado a partir de submarinos russos. O voo hipersónico implica velocidades mais de cinco vezes superiores à velocidade do som.

"Por agora não estamos a ameaçar ninguém, mas se os mísseis [norte-americanos] forem colocados [na Europa], a nossa resposta será imediata", disse o apresentador.