China condena a cinco anos de prisão fundador de portal sobre direitos humanos

Este é o segundo activista de direitos humanos a ser condenado no espaço de 24 horas. Esta segunda-feira o advogado chinês Wang Quanzhang foi condenado a quatro anos e meio de prisão,

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Reuters/JASON LEE

Um tribunal chinês condenou esta terça-feira a cinco anos de prisão o activista Liu Feiyue, fundador de um portal de notícias sobre direitos humanos, por "subversão contra o Estado", informou a organização Human Rights Watch (HRW). Em comunicado, a HRW pediu às autoridades do país asiático que anulem a sentença e libertem Liu, "sem condições".

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Um tribunal chinês condenou esta terça-feira a cinco anos de prisão o activista Liu Feiyue, fundador de um portal de notícias sobre direitos humanos, por "subversão contra o Estado", informou a organização Human Rights Watch (HRW). Em comunicado, a HRW pediu às autoridades do país asiático que anulem a sentença e libertem Liu, "sem condições".

A acusação de "subversão contra o poder do Estado" é frequentemente usada pelas autoridades chinesas contra activistas e dissidentes.

Liu fundou o portal Civil Rights & Livelihood Watch (CRLW) em 2006 e foi detido no final de 2016, na sua casa em Suizhou, centro da China, acusado de "receber ajudas do exterior" para "incitar à subversão".

Para além dos artigos que publicou naquele portal, Liu produziu relatórios anuais sobre violações dos direitos humanos na China, desde 2014 até ser preso.

"Perseguir o editor de um portal de defesa dos direitos humanos mostra como o Governo chinês teme que se denunciem abusos dentro da China", afirmou, em comunicado, Wang Yaqiu, pesquisador da HRW. Wang classificou a decisão de "paródia judicial", que visa "assustar outras pessoas".

"Liu Feiyue e outros deram voz a muitas pessoas alvos de abusos pelas autoridades chinesas, o que revela que o Governo chinês ainda tem muito a esconder quando se trata de violações dos direitos humanos", acrescentou.

A mesma nota denunciou que foi negado a Liu o direito à assistência jurídica e outras infracções. As autoridades retiraram mesmo a licença de um dos advogados de Liu, Weng Donghai. Liu era também acusado de "atacar o actual sistema político", "desfigurar o Governo chinês" e "divulgar informações prejudiciais ao poder do Estado e do sistema socialista".

O activista tinha sido detido várias vezes, por curtos períodos de tempo, e quase sempre durante encontros importantes entre a elite do Partido Comunista Chinês ou cimeiras internacionais.