Governo defende em Espanha articulação de medidas contra Xylella fastidiosa

O ministro da Agricultura defendeu hoje, em Espanha, a necessidade de articular uma estratégia de prevenção e combate à bactéria Xylella fastidiosa, cuja presença foi detetada em Portugal na semana passada.

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LUSA/TIAGO PETINGA

O Ministério da Agricultura avançou, em comunicado, que Capoulas Santos, que esteve reunido com o seu homólogo espanhol, Luis Planas Puchades, em Mérida, defendeu “a necessidade de articular a estratégia de prevenção e de combate à propagação da doença, por forma a limitar ao máximo, e se possível, eliminar, as possibilidades de contágio”.

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O Ministério da Agricultura avançou, em comunicado, que Capoulas Santos, que esteve reunido com o seu homólogo espanhol, Luis Planas Puchades, em Mérida, defendeu “a necessidade de articular a estratégia de prevenção e de combate à propagação da doença, por forma a limitar ao máximo, e se possível, eliminar, as possibilidades de contágio”.

Em causa, está uma bactéria transmitida pelo insecto Philaenus spumarius (vulgarmente conhecido como cigarrinha-da-espuma), que se alimenta do xilema das plantas e cujo ciclo se inicia na primavera.

Portugal tem já em curso o Plano de Contingência Nacional, que estabelece o conjunto de procedimentos destinados a garantir uma rápida resposta em caso de detecção.

“Em Espanha, vêm sendo detectados alguns focos nas baleares, na região de Madrid e na região de Alicante”, indicou o ministério liderado por Capoulas Santos.

Em cima da mesa, esteve ainda a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), no âmbito da qual Portugal e Espanha integram um grupo de cerca de 20 Estados-membros, que se manifestam contra a redução do orçamento.

O Governo português tem também como meta a manutenção da taxa de co-financiamento nacional que, actualmente, está nos 15% e a União Europeia (UE) propõe que passe a 30%.

Em 18 de Janeiro, Portugal informou oficialmente a Comissão Europeia da presença da bactéria Xylella fastidiosa em plantas de lavanda no jardim de um ‘zoo’ em Vila Nova de Gaia, no Porto, conforme disse à Lusa, na altura, uma fonte comunitária.

A presença da bactéria que ataca espécies como oliveiras e amendoeiras e para a qual não há cura foi detectada “em 41 plantas de lavanda num jardim de um ‘zoo’ – ou seja, não numa zona agrícola – em Vila Nova de Gaia”.

Na sequência da identificação da presença da bactéria, salientou a mesma fonte, estão a decorrer acções para confirmar a origem da infecção, tendo sido também demarcada a área afectada conforme as regras da União Europeia.

Adicionalmente, foi estabelecida uma área demarcada que compreende 100 metros da zona infectada e uma zona tampão circundante de cinco quilómetros, ambas sob forte vigilância.

Por outro lado, foram destruídas todas as plantas infectadas com a subespécie e restringida a circulação a todos os operadores nas áreas demarcadas (que incluem duas plantações e sete centros de jardinagem) de modo a impedir a saída de plantas específicas.

Desde 2015, têm sido detectadas diferentes subespécies da bactéria Xylella fastidiosa em França, Espanha e Itália em espécies ornamentais e também agrícolas.