Costa faz a defesa da Europa contra o “vírus” do nacionalismo emergente

Campanha socialista para as europeias arrancou com convenção em Tavira. Outras cidades se seguirão por todo o país.

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Costa na convenção socialista em Tavira: “A Europa está em todo o sítio” LUÍS FORRA/LUSA

A campanha socialista para as eleições europeias arrancou neste domingo no Algarve, com António Costa a lembrar que a Europa está a ser atacada pelo “vírus do proteccionismo e do nacionalismo” emergentes, que estão a minar os alicerces da solidariedade entre os povos. Por todo o país, a terminar no dia 6 de Fevereiro em Gaia, o Partido Socialista vai realizar várias convenções, empunhando a bandeira da mobilização: “A Europa está em todo o sítio”, disse o primeiro-ministro e secretário-geral socialista. Aos eleitores, lançou um apelo: imaginem o que seria Portugal fora do espaço de livre circulação na Europa.

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A campanha socialista para as eleições europeias arrancou neste domingo no Algarve, com António Costa a lembrar que a Europa está a ser atacada pelo “vírus do proteccionismo e do nacionalismo” emergentes, que estão a minar os alicerces da solidariedade entre os povos. Por todo o país, a terminar no dia 6 de Fevereiro em Gaia, o Partido Socialista vai realizar várias convenções, empunhando a bandeira da mobilização: “A Europa está em todo o sítio”, disse o primeiro-ministro e secretário-geral socialista. Aos eleitores, lançou um apelo: imaginem o que seria Portugal fora do espaço de livre circulação na Europa.

Os desafios ditados pela globalização, afirmou Costa em Tavira, não terão sucesso se não forem encarados de forma solidária: “Cada país, isoladamente, tem poucas possibilidades para poder negociar com outros países, como os Estados Unidos ou a China.” O desenvolvimento sustentável, enfatizou, passa pela forma como serão levadas à prática as políticas ambientais para redução do carbono, mas também pela resolução dos problema das migrações, “assegurando a dignidade da vida humana, e não deixar ninguém a morrer no Mediterrâneo à procura de uma vida melhor”.

Num recado aos partidos à esquerda do PS, “àqueles que acham que se estivéssemos fora do euro estaríamos melhor”, Costa apontou os custos económicos que o Reino Unido “já está a pagar, com a desvalorização da libra, só com a ideia de que vão sair" da União Europeia. Na próxima quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vai estar em Loulé a explicar o programa de contingência do “Brexit” à comunidade britânica residente na região algarvia. “O que gostaria de assegurar a todos é que mesmo numa situação de falta de acordo, todos poderão continuar a residir aqui, calma e serenamente “, reafirmou António Costa, garantindo que os mesmos direitos se aplicam aos portugueses que vivem no Reino Unido.

Quanto aos nomes que poderão vir a integrar a lista dos deputados socialistas ao Parlamento Europeu, o presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, anfitrião do encontro, aproveitou a ocasião para fazer lobby pelo Algarve, lembrando que o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e Jamila Madeira – ambos antigos líderes da Juventude Socialista – foram “dois bons exemplos” de eurodeputados algarvios que souberam defender a região. Carlos Zorrinho esteve no encontro, mas apenas no papel de assistente. A “convenção” socialista foi enquadrada por um conjunto de intervenções de empresários e outros protagonistas regionais, alinhados pela ideia da coesão europeia. O mais crítico foi Humberto Teixeira: “Temos assistido a um cada vez maior centralismo, não de Lisboa, mas de Bruxelas, que impõe regras sem ter em conta as especificidades de cada país e região.” O empresário, ligado ao sector da moderna agricultura dos frutos vermelhos, lembrou que o défice da balança económica é de quatro mil milhões de euros por ano. “Destruímos a nossa capacidade produtiva [agrícola], mas temos capacidade para produzir muito mais”, sublinhou.

António Costa preconiza o aprofundamento das políticas europeias em duas frentes. Primeiro, está contra o “vírus do nacionalismo que faz com que, saindo o Reino Unido, alguns países se possam fragmentar – e alguns países, mesmo permanecendo na União Europeia, possam fechar as suas fronteiras”. Depois, num outro plano, chama a atenção para o “vírus do proteccionismo que algumas potências económicas mundiais querem repor nas relações comerciais”. A liberdade de circulação, disse, “foi uma das maiores conquistas de todos os europeus”. Nestas próximas eleições, acrescentou, “vão ter pela primeira vez direito a voto os primeiros cidadãos que já nasceram neste século XXI”. E esta vai ser, disse, a nova geração que “vai ter de encontrar, aqui em Portugal, todas as oportunidades para uma realização pessoal, profissional e familiar plena que teria se tivesse nascido na Alemanha, Suécia ou em qualquer um dos outros países”.