Para o PCP, discurso de Costa está em contradição com acção do Governo

Comunistas acusam o Governo de associar-se "ao grande patronato e fazer aprovar legislação laboral que vai exactamente ao contrário daquilo que é a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores".

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O PCP revê-se numa parte do discurso de Natal do primeiro-ministro, mas considera que há uma "contradição inequívoca" entre o que António Costa diz ser o caminho e a intervenção do Governo, "que vai em sentido oposto".

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O PCP revê-se numa parte do discurso de Natal do primeiro-ministro, mas considera que há uma "contradição inequívoca" entre o que António Costa diz ser o caminho e a intervenção do Governo, "que vai em sentido oposto".

Na tradicional mensagem de Natal do primeiro-ministro, António Costa defendeu que Portugal virou a página dos anos mais difíceis e está agora melhor, mas tem ainda muito trabalho pela frente, tendo de vencer "grandes desafios" como a demografia e a valorização do território.

Num comentário à Lusa o dirigente comunista Jorge Pires disse que o PCP registou no discurso a questão do respeito pelos direitos, a melhoria das condições de vida e dos rendimentos, um caminho "associado ao papel e influência do PCP" e que desmente os que defendiam que poria em causa o crescimento económico e aumentaria o desemprego.

No entanto, nas palavras de Jorge Pires, há uma contradição entre o que o primeiro-ministro diz e pensa ser o caminho a continuar no próximo ano, e o que o Governo faz, "que vai no sentido oposto do que ele acha que deve ser o caminho para melhorar as condições de vida, aumentar o crescimento económico" ou repor direitos e rendimentos.

Tal é visível, disse Jorge Pires, em relação aos direitos dos trabalhadores, com o Governo a associar-se "ao grande patronato e fazer aprovar legislação laboral que vai exactamente ao contrário daquilo que é a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores".

Também na melhoria das condições de vida dos portugueses se verifica, nas palavras do dirigente do PCP, há uma intervenção do Estado no sentido de reduzir responsabilidades nos serviços públicos, em áreas como os transportes, saúde ou a cultura.

As paralisações nos últimos dias no sector dos transportes têm a ver com essa falta de investimentos, exemplificou.

Pela sua parte, o PCP, garantiu Jorge Pires, vai continuar a intervir para responder aos problemas do país e vai "aproveitar todas as oportunidades para continuar a recuperar rendimentos e direitos".