Aeroporto de Gatwick reabre com voos limitados

Encerramento prolongou-se desde a noite de quarta-feira. Drones causaram a suspensão de 633 voos, afectando 110 mil passageiros. Porta-voz confirma 155 cancelamentos para esta sexta-feira.

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Incidente levou ao cancelamento de mais de 633 voos Reuters/TOBY MELVILLE

Depois de 36 horas de encerramento, o aeroporto de Gatwick, em Inglaterra, está novamente aberto. A confirmação foi dada na manhã desta sexta-feira, através de uma publicação na página oficial. 

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Depois de 36 horas de encerramento, o aeroporto de Gatwick, em Inglaterra, está novamente aberto. A confirmação foi dada na manhã desta sexta-feira, através de uma publicação na página oficial. 

A presença de drones levou as autoridades a cancelarem todas as descolagens e aterragens a partir da noite de quarta-feira, situação que levou ao cancelamento de 633 voos que tinham origem ou destino a Gatwick. No total, mais de 110 mil passageiros foram afectados. O porta-voz do aeroporto confirmou que, entre partidas e chegadas, 155 voos serão cancelados esta sexta-feira. Os restantes 628 serão realizados conforme programado, com o porta-voz a pedir aos passageiros que confirmem a informação junto das companhias aéreas.

Apesar de o número de voos permitido ser limitado, alguns aviões já aterraram e deslocaram da pista de um dos aeroportos que serve Londres na manhã desta sexta-feira. Curiosamente, o dia da reabertura do aeroporto é, também, o mais movimentado do ano do transporte aéreo britânico, com previsões de 4,7 milhões de passageiros no último fim-de-semana antes da quadra natalícia. Esta sexta-feira, 126 mil passageiros aguardam pela decisão que ditará o futuro dos respectivos​ voos. 

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Tráfego aéreo continua muito condicionado

Forças policiais efectuam buscas nos principais aeroportos do Reino Unido, com o objectivo de localizarem e neutralizarem atempadamente situações semelhantes à que paralisou o aeroporto do Sudeste de Inglaterra. O operador dos drones ainda não foi identificado, mas os aparelhos electrónicos não são avistados desde a tarde de quinta-feira. As autoridades de Sussex afastaram​ motivações terroristas como a causa para o acto que levou ao encerramento provisório do tráfego aéreo de Gatwick. Devido ao incidente, a administração do aeroporto colocou em funcionamento um sistema que permite a detecção de drones. Caso estes voltem a sobrevoar a pista, o aeroporto será novamente encerrado por tempo indeterminado. 

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Passageiros foram obrigados a esperar várias horas FACUNDO ARRIZABALAGA / LUSA

“Em nome de todos em Gatwick, gostaria de reforçar o nosso pedido de desculpas pela inconveniência causada aos nossos passageiros por este comportamento criminoso. Partilhamos a vossa fúria e frustração”, atestou Stewart Wingate, CEO do aeroporto, através de um comunicado.

A TAP, através das redes sociais, procura esclarecer os passageiros potencialmente afectados pela situação que se vive em Gatwick. A companhia aérea portuguesa informou, na quinta-feira, que iria operar dois voos extras entre Lisboa e Heathrow, na região de Londres, para minimizar o impacto causado pelo encerramento do aeroporto.

Apesar das medidas de segurança colocadas em prática, a Associação Britânica dos Pilotos Aéreos (BALPA, na sigla inglesa) mostra-se preocupada​ com o perigo de uma potencial colisão com os drones. "É possível que os drones furtivos conseguiam passar despercebidos à volta do perímetro [do aeroporto] ou consigam obstruir as trajectórias de voo fora da zona de detecção", avisa a união sindical no Twitter.