Há 20 milhões de pessoas famintas no Iémen

Cerca de 20 milhões de pessoas passam fome e outras 250 mil estão no nível mais severo na escala global para classificar a gravidade da insegurança alimentar e desnutrição.

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Uma criança de cinco anos num centro de tratamento de desnutrição, em Sanaa, no Iémen REUTERS

Cerca de 20 milhões de pessoas no Iémen estão famintas e, pela primeira vez, 250 mil estão a enfrentar uma situação “catastrófica”, disse na segunda-feira o responsável dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

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Cerca de 20 milhões de pessoas no Iémen estão famintas e, pela primeira vez, 250 mil estão a enfrentar uma situação “catastrófica”, disse na segunda-feira o responsável dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

Mark Lowcock, que regressou recentemente do Iémen, afirmou que se registou uma "deterioração significativa e dramática" da crise humana no país, salientando que é "alarmante".

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários referiu que, pela primeira vez, cerca de 250 mil iemenitas estão na Fase 5 na escala global para classificar a gravidade e a magnitude da insegurança alimentar e desnutrição, sendo este o nível mais severo.

Mark Lowcock explicou que os 250 mil iemenitas que enfrentam a situação de “catástrofe” estão concentrados em quatro regiões onde os conflitos “ocorrem intensamente”, que são Taiz, Saada, Hajja e Hodeida.

O responsável da ONU acrescentou ainda que quase cinco milhões de pessoas estão na Fase 4 no Iémen, que é definido como um nível de "emergência", explicando que a maioria de população passou para uma "categoria pior de insegurança alimentar" devido à guerra.

"Há milhões de iemenitas famintos, doentes, assustados e desesperados, mas todos têm uma única mensagem e a sua mensagem é que eles estão no limite de suas forças e querem que esta guerra pare", disse Lowcock, explicando que a situação seria ainda mais grave sem a ajuda internacional.

A guerra no Iémen, que opõe os rebeldes houthi, ajudados pelo Irão, às forças pró-governamentais, apoiadas militarmente por uma coligação internacional liderada pela Arábia Saudita, já causou mais de 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos.

Recentemente, representantes dos rebeldes houthi e do governo do Iémen encontraram-se pela primeira vez cara a cara nas negociações patrocinadas pelas Nações Unidas na Suécia. As conversações começaram no início do mês, focando-se numa troca de prisioneiros como medida de aumento de confiança. Poderão ser libertados cinco mil prisioneiros.