Bodyguard: uma das séries do Verão que não estamos a ver chega a Portugal via Netflix

O Verão há muito não é sinónimo de programação internacional descartável e Portugal já não é tão longe da TV americana, mas da safra de 2018 alguns títulos-chave ainda não se estrearam.

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Netflix

Uma das séries mais elogiadas do Verão televisivo que agora termina vai estrear-se em Portugal no Netflix. Bodyguard, a estreia de uma série mais vista na última década no Reino Unido, vai chegar à plataforma de streaming a 24 de Outubro depois de um período estival em que algumas das novas séries não chegaram a Portugal — em parte pela potencial mudança de casa da HBO no país. A série britânica com Richard Madden (A Guerra dos Tronos) e Keeley Hawes (Ashes to Ashes) tem seis episódios e é da BBC.

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Uma das séries mais elogiadas do Verão televisivo que agora termina vai estrear-se em Portugal no Netflix. Bodyguard, a estreia de uma série mais vista na última década no Reino Unido, vai chegar à plataforma de streaming a 24 de Outubro depois de um período estival em que algumas das novas séries não chegaram a Portugal — em parte pela potencial mudança de casa da HBO no país. A série britânica com Richard Madden (A Guerra dos Tronos) e Keeley Hawes (Ashes to Ashes) tem seis episódios e é da BBC.

A notícia começou a desenhar-se nos últimos dias, quando a World Studios, da ITV britânica, anunciou que seria o gigante do streaming a distribuir a discutidíssima série que envolve terrorismo e acção hollywoodesca em todo o mundo à excepção do Reino Unido, China e Irlanda. Mal se estreou, recebeu cinco estrelas de jornais como o Guardian e audiências de 10,4 milhões de pessoas, além de um share de mais de 40% — números raros na actual fragmentada experiência televisiva. Qualidade aliada à quantidade, ao que tudo indica, com base numa história sobre o veterano de guerra, David Budd, que se torna guarda-costas da ministra do Interior britânica Julia Montague, que defendeu o conflito militar em que combateu e cujas políticas são contrárias às do sargento. 

Criada por Jed Mercurio (Line of Duty), a série é um produto BBC mas com o braço de produção da concorrente privada ITV e o próprio Netflix como produtores – este último elemento só se soube agora, diz o New York Times, e faz temer, escreve o Guardian, que o novo rótulo “Netflix Original” condicione a distribuição da segunda temporada no Reino Unido. Não querendo fazer qualquer afirmação política, disse Jed Mercurio ao diário norte-americano, explora os temas do "debate segurança nacional versus liberdades civis" e se "fazer parte de intervenções militares no Médio Oriente influencia o terrorismo interno".

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Richard Madden

Inclui acção como nos filmes de James Bond ou Jason Bourne, dizem os britânicos, e terminará no domingo na BBC com um episódio de mais de uma hora a fazer lembrar o que se antevê para o final da série mais vista do mundo, A Guerra dos Tronos, episódios longos como telefilmes a findar a série da HBO potencialmente no próximo Verão.

A série de fantasia que popularizou Richard Madden é precisamente uma das que, nos últimos anos, refez a reputação das “séries de Verão”, mostrando que as grelhas do tempo quente nem sempre são descartáveis. Nos últimos anos, foi o Verão que trouxe Stranger Things e The Night Of, ou Twin Peaks e The Deuce, e foi no Verão que fenómenos como A Guerra dos Tronos atingiram os seus clímaxes. Mas em 2018, o Verão televisivo foi menos fértil no que toca às séries americanas em Portugal, muito porque a HBO pode (ou não) estar a mudar de casa no país.

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Sharp Objects DR

Este Verão, os espectadores americanos viram as novas séries Killing Eve, com Sandra Oh e a caça a um serial killer, da BBC America. Entusiasmaram-se também com Sharp Objects, com Amy Adams, ou Succession, e estão a regressar à Nova Iorque de 1977 entre prostituição, empoderamento feminino e punk rock com a segunda temporada de The Deuce, de David Simon. Todas são televisão que ainda não estamos a ver, ao contrário do que Portugal se habituou com o encurtar das janelas de exibição entre o país e os EUA originários nos últimos anos. E as três últimas são séries da HBO, que até ao final da Primavera ainda tinha morada certa em Portugal — o canal TVSéries, graças à parceria com a Nos Lusomundo TV, que era Home of HBO em Portugal desde 2015, garantindo estreias simultâneas e acesso directo a muitos dos seus conteúdos mesmo nos canais TV Cine. Nenhuma se estreou em Portugal, mesmo tendo The Deuce estreado em 2017 no mesmo dia e hora que nos EUA no TV Séries.

A designação Home of HBO desapareceu do TVSéries em Junho, ao mesmo tempo que se antevia que a HBO Europe, a plataforma de video on demand do canal americano, ia começar a operar em Portugal como serviço de streaming. A HBO nada revelou na altura sobre o tema, e o canal TVSéries reiterou apenas ao PÚBLICO esta quinta-feira, através do seu gabinete de comunicação: “estamos a rever o âmbito da nossa parceria”.

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Killing Eve

Os últimos títulos HBO estreados pelos canais foram Barry, que deu dois Emmys aos actores Bill Hader e Henry Winkler, e a segunda temporada de Westworld, bem como o telefilme The Tale. A Primavera/Verão das estreias internacionais compor-se-ia em Portugal com Lodge 49 (AMC), Cobra Kai (YouTube), Castle Rock (TVSéries), Who is America? (TVSéries), a segunda temporada de Ozark e a nova The Innocents (Netflix).

Nenhuma das séries de sucesso do Verão anglófono consta das grelhas dos canais temáticos do mês de Outubro e se o TV Séries não adiantou mais sobre os seus planos, ou não, de estreias HBO, falou sim de outras séries que tem previstas para o final do ano: Yellowstone, com Kevin Costner (6 de Outubro), a nova temporada de Will & Grace (11 de Outubro) ou, sem revelar datas, o regresso de House of Cards sem Kevin Spacey em Novembro e a quinta temporada de Vikings em Dezembro.