Temperaturas já bateram recordes em oito estações meteorológicas

País em alerta máximo este fim-de-semana. Esperam-se dias quentes e com risco de incêndio elevado.

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Mário Lopes Pereira

Onze distritos do continente em alerta vermelho por causa do calor e dezenas de concelhos do Algarve e interior Norte e Centro de sobreaviso devido ao risco de incêndio. É o que nos reservam os próximos dias. Pelo menos até domingo. Esta quinta-feira já se bateram recordes de temperaturas em oito estações meteorológicas e Alvega, no distrito de Santarém, registou o valor mais alto de temperatura, 45,2ºC.

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Onze distritos do continente em alerta vermelho por causa do calor e dezenas de concelhos do Algarve e interior Norte e Centro de sobreaviso devido ao risco de incêndio. É o que nos reservam os próximos dias. Pelo menos até domingo. Esta quinta-feira já se bateram recordes de temperaturas em oito estações meteorológicas e Alvega, no distrito de Santarém, registou o valor mais alto de temperatura, 45,2ºC.

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Na sexta-feira, as temperaturas mais elevadas são esperadas para os distritos de Évora e Castelo Branco. Entre os concelhos mais quentes estão Reguengos de Monsaraz (Évora) e Vila Velha de Ródão (Castelo Branco), onde os termómetros vão chegar aos 46 graus.

Quanto ao risco de incêndio para esta sexta-feira, o Algarve e Castelo Branco estão em alerta máximo. Durante a tarde de quinta-feira a Protecção Civil já estava no terreno a combater incêndios nestes distritos que mobilizaram várias centenas de bombeiros. Mesmo assim, a Protecção Civil algarvia disse que não vai activar o Plano Especial de Emergência para incêndios.

Durante o fim-de-semana não se prevê grande melhoria das condições e, em alguns locais, os termómetros podem chegar aos 48ºC. Os avisos motivados pela intensidade do calor mantêm-se pelo menos até sábado, às 21h, em Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Évora, Guarda, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Vila Real. Todos os outros permanecem sob alerta laranja, o segundo mais grave da escala.

No sábado e domingo, o risco de incêndio diminui no barlavento algarvio, mas agrava-se no interior Norte e Centro.

Nesta quinta-feira, segundo dados recolhidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), até às 17h foram ultrapassados os máximos históricos registados nas estações de Castelo Branco (42,2ºC), Odemira (41,9ºC),  Anadia (43,8ºC) e Zambujeira do Mar (41,1ºC). Em Nelas (41,3ºC), Coruche (44,9ºC), Setúbal (42,6ºC), Alvalade (43,8ºC) ultrapassaram-se os máximos registados durante o mês de Agosto. O maior valor da temperatura do ar às 17h foi registado em Alvega, no distrito de Santarém, com 45,2ºC. Além de Alvega e Coruche, foram registados valores da temperatura iguais ou superiores a 44ºC na Amareleja (44,7ºC), em Tomar (44,4ºC), em Mora (44,4ºC), em Reguengos (44,4ºC), em Santarém (44,1ºC) e em Pegões (44ºC).

Recordes ultrapassados

"No dia 1 de Agosto registou-se uma subida acentuada da temperatura máxima em relação ao dia anterior, cerca de mais cinco graus", diz o IPMA em comunicado emitido nesta quinta-feira. Já o valor da média da temperatura máxima do ar em Portugal Continental, 35,3°C, "foi muito superior" ao valor normal: 28,8°C. 

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O IPMA lembra que “esta situação meteorológica é comparável à de Agosto de 2003”, ano em que se registou uma máxima de 47,3 graus, na Amareleja, a 1 de Agosto.

Em Espanha, onde também se esperam temperaturas bastante elevadas, especialmente nas províncias de Badajoz e Cáceres, esse recorde é mais recente. Foi em Córdoba, a 13 de Julho de 2017, quando os termómetros marcaram 46,9 graus. O extremo absoluto de temperatura máxima na Europa (48 graus) foi registado em Atenas, na Grécia, a 10 de Julho de 1977. 

Mark Mccarthy, um especialista do gabinete de meteorologia (Met Office) do Reino Unido, disse à Euronews que “parece provável que o pico do calor aconteça no sábado, com zonas do Sul de Portugal e do Sudoeste espanhol a registar as temperaturas mais elevadas”. E admitiu que os “recordes para Espanha e Portugal possam ser quebrados”.

Perigos para a saúde

O ano de 2003 foi também aquele em que se registou uma onda de calor que terá provocado 1953 óbitos, segundo um relatório do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, o organismo que monitoriza estes dados. Desde 1980, contam-se quatro ondas de calor em Portugal: em 1981, 1991, 2003 e 2013. Que provocaram entre mil e duas mil mortes.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) recorda a importância de ingerir água, mesmo sem ter sede, evitar bebidas alcoólicas, fazer refeições leves, utilizar roupas largas e leves, evitar a exposição directa ao sol, em especial entre as 11h e as 17h, e ter especial atenção a crianças, idosos e doentes crónicos.