"Aqui podia morar gente": edifício de Robles foi vandalizado

Vereador do BE rejeita acusações de especulação imobiliária.

Fotogaleria

O imóvel no centro da polémica que envolve o vereador bloquista na câmara de Lisboa, Ricardo Robles, foi alvo de um acto de vandalismo. “Aqui podia morar gente”, podia-se ler este sábado na fachada do edifício da Rua Terreiro do Trigo, em Alfama. A frase é uma adaptação do slogan "Aqui podia viver gente" que o Bloco de Esquerda, partido que tem caracterizado a especulação imobiliária e o alojamento local como causas da escassez de habitação a preços acessíveis na capital, tem pintado ao longo dos anos em vários edifícios devolutos. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O imóvel no centro da polémica que envolve o vereador bloquista na câmara de Lisboa, Ricardo Robles, foi alvo de um acto de vandalismo. “Aqui podia morar gente”, podia-se ler este sábado na fachada do edifício da Rua Terreiro do Trigo, em Alfama. A frase é uma adaptação do slogan "Aqui podia viver gente" que o Bloco de Esquerda, partido que tem caracterizado a especulação imobiliária e o alojamento local como causas da escassez de habitação a preços acessíveis na capital, tem pintado ao longo dos anos em vários edifícios devolutos. 

Foto
O slogan "Aqui podia viver gente" tem sido utilizado pelo Bloco de Esquerda ao longo dos anos para chamar a atenção para o problema da escassez de habitação. Na imagem, um artigo no site Esquerda.Net, do BE.

Robles é desde sexta-feira alvo de críticas, incluindo um pedido de demissão feito pelo PSD de Lisboa, depois de ter sido noticiado que o vereador colocou à venda um prédio que detém em conjunto pela irmã. O imóvel em Alfama tinha sido adquirido em 2014 por 347 mil euros e agora, depois de ter sido alvo de obras de renovação, está avaliado em 5,7 milhões de euros. Num anúncio numa imobiliária que entretanto foi retirado, o edifício é descrito como um “prédio para investimento em área prime”, cujos “apartamentos estão prontos para serem utilizados em short term rental”. Isto é, alugueres de curta duração, ou alojamento local para turistas, uma prática para a qual Robles e o Bloco de Esquerda têm pedido maiores restrições, considerando-a uma das raízes do problema habitacional de Lisboa.

O vereador recusa as acusações de especulação imobiliária e de incoerência relativamente às suas posições políticas, reiterando que a sua conduta como co-proprietário do edifício “em nada diminui a legitimidade das propostas para parar os despejos, construir mais habitação pública e garantir o direito à cidade”. A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, saiu em defesa do vereador, declarando que este está a ser objecto de uma "campanha de difamação" por precisamente ter expressado oposição a fenómenos de especulação imobiliária.