The Walking Dead, a série mais vista em Portugal em 2018, confirma perda do seu protagonista

Andrew Lincoln deixa para trás o papel de Rick Grimes. A Comic Con emocionou-se, mas recebeu também as imagens da nova temporada do peso-pesado na cultura televisiva. Fox anuncia que esta é, até agora, a série mais vista em Portugal em 2018.

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A perda mais chocante de The Walking Dead aconteceu fora do ecrã, meses antes de ir para o ar. O seu protagonista desde 2010 e durante oito temporadas de uma das séries mais vistas do mundo, Andrew Lincoln, confirmou sexta-feira na Comic Con de San Diego que “esta será a última temporada a desempenhar o papel de Rick Grimes”. É a refundação de um raro fenómeno de massas na pulverizada paisagem televisiva, que no último ano perdeu alguma da sua vitalidade narrativa e parte do seu público — mas em Portugal, voltou a ser a série mais vista (até agora) do ano. E até já há imagens dessa refundação.

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A perda mais chocante de The Walking Dead aconteceu fora do ecrã, meses antes de ir para o ar. O seu protagonista desde 2010 e durante oito temporadas de uma das séries mais vistas do mundo, Andrew Lincoln, confirmou sexta-feira na Comic Con de San Diego que “esta será a última temporada a desempenhar o papel de Rick Grimes”. É a refundação de um raro fenómeno de massas na pulverizada paisagem televisiva, que no último ano perdeu alguma da sua vitalidade narrativa e parte do seu público — mas em Portugal, voltou a ser a série mais vista (até agora) do ano. E até já há imagens dessa refundação.

Foi então na Comic Con de San Diego, espécie de missa anual de cultura popular que há muito ultrapassou os comics e a BD da sua génese para se transformar num mega-evento promocional para filmes, séries, jogos e aparições de celebridades, que os rumores e as notícias que desde Maio rodeavam uma série em crise apesar das suas dezenas de milhões de espectadores em todo o planeta se confirmaram. A imprensa presente relata como as palavras de um actor emocionado foram recebidas com gemidos e demonstrações de emoção várias por parte dos fãs que encheram na maior sala da convenção, o Hall H.

The Walking Dead é um peso-pesado na cultura televisiva dos últimos anos, uma história vinda dos comics de Robert Kirkman que sob a capa de um apocalipse zombie explora os mais básicos instintos dos seres humanos. Desde a sua estreia reportava sobre terrorismo, sobre populismo, violência e relações humanas no formato série de terror. Em 2017 foi a série mais vista em Portugal, na Fox, e o canal informou sexta-feira à noite que The Walking Dead é “a série mais vista em Portugal em 2018” até à data. O canal anunciou também já a data de estreia da próxima temporada: 8 de Outubro às 22h15, ou na madrugada do mesmo dia, 30 minutos após a estreia nos EUA no canal AMC, às 2h30.

O seu canal de origem, o AMC, tem estado envolto em vários processos legais e negociais em torno da morte de um duplo, de direitos autorais dos seus primeiros produtores como Frank Darabont e mais recentemente numa disputa salarial que levará à saída gradual de outra estrela da série, Lauren Cohan (Maggie). Essas questões têm ocorrido em paralelo com a erosão das suas audiências, que continuam a ser de grande dimensão – na quinta temporada, o seu pico de audiência média foi de 14,3 milhões, na mais recente temporada essa média foi de 7,8 milhões de espectadores nos EUA.

Há anos que Andrew Lincoln, um actor britânico que antes da série do AMC era conhecido sobretudo pelo seu papel na comédia romântica O Amor Acontece (2003), admitia a sua saída. Sobretudo quando questionado, como aconteceu numa visita de imprensa com o PÚBLICO às filmagens na Geórgia, quanto à impiedosa narrativa que, à semelhança de outra série invulgarmente massificada na era dos nichos, matava as personagens mais queridas com um risco até aí invulgar na ficção televisiva. Mas o seu protagonista era também um alvo? “É o melhor papel que eu tive”, dizia ao PÚBLICO.

“Ninguém está a salvo nesta série e virá uma altura em que Rick vai desaparecer”, admita depois aos jornalistas numa sala da comunidade de Alexandria. “Ele já passou por tanto e estou exausto (risos). Não me interpretem mal, adoro este tipo, adoro estas personagens e…”, recordava sobre o mais importante para a série, a sua saída “seria um grande episódio”. Frisava a importância do seu desaparecimento “para que a série possa avançar”, o que três anos depois e após uma temporada oito que não continuou o crescimento triunfal da série, tem particular significado.

Na sexta-feira, Lincoln admitia então - “prometo não chorar”, suspirou – “ninguém é maior do que esta história e a história deste ano é inacreditável”. Já sem a barba que nos últimos anos o acompanhava na personagem de Rick (as suas botas e o sotaque americano eram outras das suas constantes nos sete meses por ano que dedicava à série), o actor vincou por outro lado que a sua “relação com Rick Grimes está longe de estar terminada”.

The Walking Dead tornou-se num franchise com livros e duas séries a pleno vapor no ar, pelo que as suas palavras não indicam como será a sua saída – uma das famosas mortes no ecrã ou um afastamento narrativo. “Temos planeado algo de espantoso”, dissera horas antes o criador da história, Robert Kirkman. A ovação em pé dos sete mil espectadores na sala deixou em aberto algo que Lincoln já tinha também avançado em 2015 nas filmagens da série: “Ele pode não morrer, mas a câmara tem de se mexer e focar noutra pessoa para que a série possa avançar”.

Essa pessoa, escreve a revista The Hollywood Reporter, será Norman Reedus (Daryl), que também está na série desde o início. A Comic Con foi também - e sobretudo - aproveitada para lançar as primeiras imagens da nona temporada da série. Cinco minutos optimistas, de zombies, conflitos, Rick, vilões e aliados de uma série que quer sublinhar nesta antevisão que é “a série número 1”.