Comando nacional percebeu tarde a gravidade da situação

Informação “pouco consistente” e “não fidedigna” levou comando nacional a só se aperceber da gravidade da situação ao final da tarde.

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Assim que chegou ao incêndio para fazer uma avaliação do perímetro, Pedro Nunes, ficou a braços com tarefas de salvamento Adriano Miranda

“No CNOS [Comando Nacional de Operações de Socorro] estávamos longe de imaginar a dimensão da tragédia naquele momento”, relata o homem que estava ao leme na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) em Carnaxide, Luis Belo Costa. De acordo com o relatório da DNAF, o comando nacional da Protecção Civil (CNOS) apercebeu-se tarde do que estava a acontecer em Pedrógão Grande. “Só depois do fim da tarde, a complexidade da situação é conhecida e a articulação ganha outra dimensão”, escrevem os auditores. Mas o que aconteceu entretanto?

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“No CNOS [Comando Nacional de Operações de Socorro] estávamos longe de imaginar a dimensão da tragédia naquele momento”, relata o homem que estava ao leme na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) em Carnaxide, Luis Belo Costa. De acordo com o relatório da DNAF, o comando nacional da Protecção Civil (CNOS) apercebeu-se tarde do que estava a acontecer em Pedrógão Grande. “Só depois do fim da tarde, a complexidade da situação é conhecida e a articulação ganha outra dimensão”, escrevem os auditores. Mas o que aconteceu entretanto?

Tanto o comandante nacional à época, Rui Esteves, como o homem que estava de piquete Luis Belo Costa e o comandante de bombeiros da Lourinhã, que estava também em funções em Carnaxide, confirmam que só tiveram noção da gravidade do problema já passava das sete da tarde, quanto tiveram conhecimento do primeiro acidente e quando o incêndio lavrava há mais de quatro horas. “Apenas pelas 19h25 (…) e às 20h44 (…) a complexidade da ocorrência é confirmada pela CNOS”, lê-se no relatório que é o primeiro a analisar o trabalho que foi feito no comando nacional. 

Todos os intervenientes no comando a nível nacional, que quando uma ocorrência é de grau elevado passam a monitorizá-la pela fita do tempo (SADO), dizem que não tinham informação suficiente. “Houve sempre a sensação que a informação que chegava não era fidedigna e não havia o conhecimento da localização exacta dos limites do incêndio”, relatou Luis Belo Costa, acrescentando que “a informação que chegava pela fita do tempo era pouco consistente”.

O mesmo é corroborado por Rui Esteves que até diz que, tendo em conta a informação “pouco consistente” da fita do tempo, até “foram despachados mais meios que o solicitado”, mas como precisava de saber a gravidade do que estava a acontecer, decidiu enviar um dos cinco comandantes de agrupamento (CADIS) – uma espécie de comandante de operações regional – avaliar o incêndio, o CADIS Pedro Nunes. Mas este mal chegou ao incêndio para fazer uma avaliação do perímetro, pelas 20h, ficou a braços com tarefas de salvamento e a tarefa de reconhecimento acabou por ficar em segundo plano, como contou ao PÚBLICO em exclusivo em Dezembro.