Rovira escolhe “o duro caminho do exílio” para “recuperar voz política”

Secretária-geral da ERC consta da lista de 13 líderes políticos catalães que poderão ser acusados de rebelião, devido ao envolvimento no processo independentista.

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Albert Gea/REUTERS

A audiência no Supremo espanhol não contou com Marta Rovira. Minutos antes da hora marcada, a secretária-geral da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) colocou a circular uma carta, na qual justificou a ausência e anunciou a opção por um auto-exílio.

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A audiência no Supremo espanhol não contou com Marta Rovira. Minutos antes da hora marcada, a secretária-geral da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) colocou a circular uma carta, na qual justificou a ausência e anunciou a opção por um auto-exílio.

Rovira diz que a escolha por “um caminho duro que tantos outros tiveram que fazer” foi tomada com uma “profunda tristeza” e por sentir a sua liberdade de expressão “censurada por tribunais que aplicam descaradamente critérios políticos”.

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“O exílio será um caminho duro, mas é a única forma de recuperar a minha voz política”, explicou, numa carta onde também defende que só com a saída de Espanha – para a Suíça? – pode continuar a exercer o papel de mãe.

A decisão de Rovira desencadeou uma enorme onda de solidariedade junto das personalidades e organizações políticas independentistas. Carles Puigdemont, por exemplo, disse que a dirigente tem todo o direito a “defender-se num contexto onde se respeitem os seus direitos”.

Já a Assembleia Nacional Catalã partilhou uma imagem de Rovira no Twitter, legendada com a mensagem: “Quem defende a democracia nunca anda sozinho. Força e coragem, Marta!”.

Entre as vozes críticas, destaca-se a do socialista Felipe González. O ex-presidente do Governo afirmou que a fuga foi “um acto de profunda falta de solidariedade”.

O actual detentor do cargo, Mariano Rajoy, limitou-se a dizer que “quando um qualquer cidadão recebe uma notificação judicial, o normal é que compareça”.

O juiz Pablo Llarena atribui a Rovira um “papel essencial” na “coordenação” do referendo soberanista e da declaração de independência no parlamento.