Direita quer presidir ao Senado, oferece a Câmara ao 5 Estrelas

Nova legislatura arranca oficialmente na sexta-feira, depois das legislativas de 4 de Março em Itália.

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Falta muito para se saber quem formará governo em Itália. Mas a coligação de direita, reunida esta quarta-feira em Roma, chegou a acordo para reclamar a presidência do Senado e oferecer ao Movimento 5 Estrelas, o partido individual mais votado, a liderança da Câmara dos Deputados. Oficialmente, deputados e senadores têm de se pôr de acordo sobre quem ocupará estes cargos entre sexta-feira e sábado.

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Falta muito para se saber quem formará governo em Itália. Mas a coligação de direita, reunida esta quarta-feira em Roma, chegou a acordo para reclamar a presidência do Senado e oferecer ao Movimento 5 Estrelas, o partido individual mais votado, a liderança da Câmara dos Deputados. Oficialmente, deputados e senadores têm de se pôr de acordo sobre quem ocupará estes cargos entre sexta-feira e sábado.

Sabe-se que Silvio Berlusconi, remetido pela primeira vez a actor secundário da direita, com a Liga, de Matteo Salvini, como grande vencedor deste campo político, já fez a sua escolha: Paolo Romani, actual chefe do grupo parlamentar da Força Itália (FI). Se Salvini levar a sério a promessa de não abandonar os aliados com que se apresentou a votos é provável que aceite dar à FI este cargo, institucionalmente a segunda figura do Estado, a seguir ao Presidente da República.

Também é claro que o M5S vai aceitar a proposta: o seu líder, Luigi di Maio, já tinha mesmo reclamado a liderança da Câmara dos Deputados, “onde há mais problemas para resolver”. O escolhido aqui é Roberto Fico, o napolitano que foi um dos deputados do movimento com mais visibilidade na anterior legislatura (a primeira a contar com o 5 Estrelas).

“O centro-direita propõe aos chefes dos grupos parlamentares um percurso institucional comum que permita à coligação vencedora apresentar o presidente do Senado e ao primeiro grupo parlamentar, M5S, o presidente da Câmara”, lê-se no comunicado saído do encontro entre Salvini, Berlusconi e Giorgia Meloni, líder dos Irmãos de Itália (extrema-direita, como a Liga). Para aligeirar o processo, propõe-se que os líderes dos grupos parlamentares se reúnam na quinta-feira e cheguem a acordo sobre os nomes.

Habitualmente, um pacto para eleger os líderes das duas câmaras do Parlamento seria um importante sinal para perceber que maioria se vai formar para governar; desta vez, é mais avisado não tirar grandes conclusões.

Nenhum partido ou coligação se aproximou na maioria absoluta, mas é impossível imaginar um executivo que não inclua ou o M5S, o mais votado, com 32%, ou a Liga, que chegou aos 17% no interior da coligação. Berlusconi, aliás, começa a abrir a porta a um possível entendimento da coligação de direita com o M5S, movimento que já descreveu como “seita perigosa”.