BdP está ”a acompanhar” venda de produtos mutualistas aos balcões do Montepio

Mudança de marca entre banco e associação mutualista decidida até Março, diz Félix Morgado.

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Confusão de marcas Montepio pode terminar em Março. pcm patricia martins

O Banco de Portugal (BdP) está a acompanhar a colocação de 970 milhões de euros em produtos da Associação Mutualista Montepio aos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG). E diz que os objectivos da Associação Mutualista “não terão de ser coincidentes com os aprovados pela CEMG”, entidade autónoma, que se encontra sobre a sua supervisão.

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O Banco de Portugal (BdP) está a acompanhar a colocação de 970 milhões de euros em produtos da Associação Mutualista Montepio aos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG). E diz que os objectivos da Associação Mutualista “não terão de ser coincidentes com os aprovados pela CEMG”, entidade autónoma, que se encontra sobre a sua supervisão.

Este esclarecimento é dado ao Bloco de Esquerda, que questionou o supervisor depois de o PÚBLICO ter noticiado que a Associação Mutualista pretende, através dos balcões CEMG, captar 970 milhões de euros com a venda de produtos de capitalização.

Depois de referir um conjunto de passos anteriores, como a autonomização jurídica da CEMG, que é controlada pela associação, o BdP refere que “ se encontra também a acompanhar os objectivos de comercialização aprovados pelo Conselho de Administração ao Executivo da CEMG, incluindo ao nível dos produtos mutualistas”. E esclarece ainda, que “os objectivos delineados pelo Associação Mutualista Montepio não têm de ser coincidentes com os aprovados pela CEMG, na medida em que a Associação dispõe de 'Postos Mutualistas' próprios que, apesar de localizados nos balcões da CEMG, se encontram segregados da actividade da CEMG, dispondo de pessoas próprias, com objectivos comerciais definidos directamente pelo associação”.

A instituição liderada por Carlos Costa, destaca que determinou à CEMG,  “a elaboração de uma politica de prevenção de conflito de interesses, que incluísse orientações especificas em matéria de relacionamento com partes relacionadas”. Neste domínio está incluída a determinação à CEMG de diferenciação de marcas entre a Caixa Económica Montepio e a Associação Mutualista Montepio na comercialização de produtos", operação que está em curso.

Em cumprimento com aquela determinação, a CEMG decidirá até Março sobre a mudança da sua marca, nomeadamente quanto ao nome que usa junto dos clientes para evitar confusões entre produtos do banco e da mutualista. “De acordo com a determinação do Banco de Portugal, há um plano a ser preparado e trabalhado. Até Março terá de ser tomada uma decisão em termos de marca”, afirmou à Lusa Félix Morgado, presidente da CEMG, referindo que em causa está a "denominação" com que o banco se apresenta aos clientes e que poderá mudar para evitar confusões entre produtos financeiros da CEMG e produtos financeiros da Associação Mutualista Montepio Geral.

O gestor afirmou que já várias acções foram concretizadas ao longo de 2017 para reforçar junto dos clientes bancários a diferenciação entre a Associação Mutualista Montepio Geral e a Caixa Económica Montepio Geral, incluindo a mudança de nome dos produtos e alteração de imagem dos balcões.

Sobre notícias de que o banco Montepio tem vendido produtos da mutualista sem distinção clara de que não são depósitos, Félix Morgado não quis comentar. E essa falta de distinção clara foi confirmada pelo PÚBLICO em visita a alguns balcões. Com Lusa