O último fôlego da velha escola

Depois de quase sete anos a pôr artistas a fazerem o que quisessem por uma noite só, a última edição do Old School, curadoria de Susana Pomba no Teatro Praga, a número 50, vai decorrer esta quinta-feira, às 22h, no Rua das Gaivotas6, o espaço dos Praga em Lisboa. A entrada é livre.

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Sempre com o apoio, o equipamento e, salvo algumas excepções, o próprio espaço do Teatro Praga, a curadora Susana Pomba desafiou, desde 2011, vários artistas a fazerem o que quisessem – desde que o resultado, apresentado num projecto chamado Old School, durasse apenas uma noite. Ao longo destes quase sete anos, nomes que vão das realizadoras Salomé Lamas e Catarina Mourão ao fotógrafo André Cepeda, passando pelo duo multidisciplinar Von Calhau!, a pintora Ana Vidigal ou o também realizador Gabriel Abrantes. E não só portugueses: a artista e fotógrafa britânica Jemima Stehli ou o performer e artista de vídeo australiano Sam Smith também passaram por lá, por exemplo.

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Sempre com o apoio, o equipamento e, salvo algumas excepções, o próprio espaço do Teatro Praga, a curadora Susana Pomba desafiou, desde 2011, vários artistas a fazerem o que quisessem – desde que o resultado, apresentado num projecto chamado Old School, durasse apenas uma noite. Ao longo destes quase sete anos, nomes que vão das realizadoras Salomé Lamas e Catarina Mourão ao fotógrafo André Cepeda, passando pelo duo multidisciplinar Von Calhau!, a pintora Ana Vidigal ou o também realizador Gabriel Abrantes. E não só portugueses: a artista e fotógrafa britânica Jemima Stehli ou o performer e artista de vídeo australiano Sam Smith também passaram por lá, por exemplo.

Essas noites chegam ao fim agora, esta quinta-feira, às 22h, na sede do Teatro Praga em Lisboa, o Rua das Gaivotas6. O artista convidado? O próprio Teatro Praga. No trailer que anuncia a instalação/performance Conundrum, que tem, como sempre, um quadro onde os artistas escrevem ou desenham, pode ver-se André e. Teodósio e Pedro Penim, da companhia de teatro, mas pouco mais se sabe sobre o que irá acontecer, só que a entrada é livre.

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Ao PÚBLICO a responsável explica o projecto: “Toda a ideia do Old School era eu pedir a um artista para fazer uma obra e um reboot. Em qualquer altura da carreira, quer sejas superconsagrado, muito jovem ou estejas a meio da carreira, há uma coisa muito útil que podes fazer, que é parar e perceber se estás a fazer tudo o que queres na tua obra.” Tudo feito com parcos recursos e em estreita colaboração da curadora com os convidados.

Isso levou a obras que escapavam ao que os artistas faziam normalmente. Iam “à performatividade, ao som, à palavra” ou a outros meios que “ainda não tinham experimentado”. “Como era só uma noite, o artista experimentava algo naquelas horas que se calhar não tinha espaço num museu ou numa galeria”, continua. Acrescenta que esse lado de usar outros suportes está hoje “mais institucionalizado". 

Nos últimos tempos, porém, isso tornou-se cada vez mais complicado de fazer. “Já estava a pensar há muito tempo, há pelo menos um ano ou mais de um ano em terminar. Só que fui devagarinho, para tentar perceber quando é que poderia ser”, conta. O que começou como um projecto mensal passou a ser menos frequente. “Não conseguia fazer tudo o que o que estava a fazer e isto todos os meses. Houve anos em que fiz 12, outros em que fiz seis ou cinco. Foi para conseguir também usufruir do projecto e aproveitar aqueles dias, aquela relação que tinha com o artista e a construção daquela peça que só ia viver aquelas horas, com mais energia.”

“Se não acabar este projecto, não consigo fazer outros e abrir outras portas criativas para mim. Quero muito fazer um livro do Old School. Vou tentar arranjar financiamento. Não posso fazer isto e o livro ao mesmo tempo. Vou fazer o projecto viver de outra maneira”, adianta. Por enquanto, as edições estão documentadas num blogue: http://oldschoolpomba.blogspot.pt, com fotografias e os trailers de cada uma delas.

Quanto a acabar agora, a responsável diz: “Sinto satisfação. Quando recebo feedback dos artistas, eles dizem-me que foi uma experiência muito útil. Nestes 50 Old School houve tudo, liberdade para tudo, para falhar, para fazer peças que tiveram vida para além daquilo, para ter experiências muito positivas, também para me chatear e para nos chatearmos. Houve lugar para tudo, não foi só uma coisa estanque e bonita e apresentada dentro das paredes brancas de um museu ou de uma galeria. Sinto-me muito satisfeita com o resultado que tive, no bem e no mal.”