Alexei Navalni e mais 90 pessoas detidas em dia de protesto

É a única figura da oposição a Vladimir Putin e está proibido de se candidatar nas eleições de 18 de Março.

Fotogaleria

A polícia russa deteve mais uma vez o opositor Alexei Navalni, quando este se preparava para fazer uma intervenção num protesto em Moscovo, um dos 118 marcados para cidades russas neste domingo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A polícia russa deteve mais uma vez o opositor Alexei Navalni, quando este se preparava para fazer uma intervenção num protesto em Moscovo, um dos 118 marcados para cidades russas neste domingo.

Navalni foi detido mal apareceu na rua Tverskaia. “Isto não importa. Venham à Tverskaia. Não venham por minha causa mas pelo vosso futuro”, escreveu no Twitter. O opositor acabaria por ser libertado ainda durante a noite de domingo. Segundo o seu advogado, citado pela Reuters, não chegou a ser acusado de qualquer crime.

Perto de mil pessoas participaram no protesto no centro de Moscovo, não longe do Kremlin - alguns gritaram "Putin ladrão". A jornada de contestação foi marcada por Navalni para denunciar o que considera ser uma eleição presidencial viciada. Segundo a Reuters, o número de participantes nos protestos deste domingo foi menor do que noutras manifestações.

Alexei Navalni é o líder da oposição — é praticamente toda a oposição — ao Presidente Vladimir Putin. Foi proibido de se candidatar à eleição de 18 de Março por ter sido condenado num processo de desvio de fundos que diz ter sido criado para impedir que desafiasse Putin.
Depois de esgotar todos os recursos na Justiça, Navalni marcou esta jornada de protesto e afirmou: “Recusamos chamar eleição à recondução de Putin”.

Um grande contingente policial foi mobilizado para a zona da manifestação em Moscovo, a praça Púshkinskaia. De acordo com as imagens publicadas pelos participantes nas redes sociais, há polícia em todas as ruas perto da praça e um número de polícias desproporcional em relação ao de manifestantes.

A manifestação teve como palavra de ordem “greve” e o dia de protesto visa pedir aos russos que boicotem as presidenciais. Segundo o site de notícias da oposição OVD-Info, cerca de 90 pessoas foram detidas nas várias cidades russas onde decorre o protesto. O maior número de detenções, dizem as agências noticiosas, tiveram lugar em Khabarovsk (na fronteira com a China), Kemerovo e Tomsk (ambas perto de Novosibirsk, na Sibéria), e Ufá (Urais).

Esta foi a quarta detenção de Navalni em menos de um ano. 

Na manhã deste domingo, e antes do protesto, a polícia entrou à força na sede do movimento de Navalni em Moscovo, o Fundo de Luta contra a Corrupção, a pretexto de ter recebido um alerta de bomba. A partir dali iria ser coordenada a transmissão dos protestos nas redes sociais. O canal YouTube Navalni Live mostrou a entrada da polícia ao vivo — seis colaboradores do opositor foram detidos. 

Sem oposição, Putin tem praticamente garantida a reeleição - será o quarto mandato à frente do Kremlin, e o último - prepara-se para ser Presidnete até 2014. Decidiu concorrer às eleições como candidato independente, prescindindo do apoio formal do partido Rússia Unida.