Vulcão força retirada de 100 mil pessoas em Bali

Mais de 40 mil pessoas já deixaram as zonas mais próximas do vulcão Agung, no Nordeste da ilha, mas dezenas de milhares de turistas continuam retidos.

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A Indonésia elevou o alerta para o nível máximo, devido à iminência de uma grande erupção do vulcão Agung, propondo a retirada de quase cem mil pessoas das redondezas. A aviação civil está interditada, devido aos riscos que representam as cinzas expelidas pelo vulcão situado na famosa ilha de Bali, onde há milhares de turistas retidos e a aguardarem por uma solução que lhes permita deixar a zona.

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A Indonésia elevou o alerta para o nível máximo, devido à iminência de uma grande erupção do vulcão Agung, propondo a retirada de quase cem mil pessoas das redondezas. A aviação civil está interditada, devido aos riscos que representam as cinzas expelidas pelo vulcão situado na famosa ilha de Bali, onde há milhares de turistas retidos e a aguardarem por uma solução que lhes permita deixar a zona.

Cerca de 40 mil pessoas deixaram as suas casas nas áreas mais próximas do vulcão, situado no Nordeste desta ilha muito procurada como destino turístico, mas o número deve mais do que duplicar a partir desta segunda-feira, segundo adianta a agência de notícias Reuters, que cita as autoridades indonésias.

As imagens do local mostram grandes colunas de fumo a saírem da cratera do Agung, cuja última erupção se registou há 54 anos, em 1963, ano em que fez 1600 mortos. Para evitar a repetição da tragédia, designadamente os riscos para a aviação civil, os voos comerciais de e para a ilha foram proibidos. Como alternativa, embora insuficiente, o departamento de transporte terrestre disponibilizou nesta segunda-feira cem autocarros para o aeroporto e para os terminais marítimos, em socorro dos milhares de turistas que estão sem solução, afirma a agência Lusa. Segundo esta fonte, centenas de voos foram cancelados até agora, num cenário semelhante o que se registou há sete anos, quando o vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, interferiu com a aviação comercial devido às grandes colunas de fumo que expeliu, em 2010.

A agência de gestão de catástrofes naturais da Indonésia ordenou a evacuação das zonas próximas do vulcão, num raio de até dez quilómetros, refere por seu lado a correspondente em Jakarta do diário britânico The Guardian.

Bali é um dos destinos muito populares entre turistas que procuram a Indonésia. Segundo a Lusa, que cita dados oficiais, recebe 200 mil estrangeiros por mês. O plano de retirada destas pessoas, por via marítima, significa que os turistas podem sair de Bali de barco, até à vizinha ilha de Java, de onde poderão seguir por terra até ao aeroporto mais próximo. Isto porque o aeroporto de Bali continuará encerrado até terça-feira, pelo menos.

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O governo mandou distribuir máscaras protectoras entre população e turistas, dado que as cinzas que saem da cratera do Agung continuam a cair sobre as zonas mais próximas. Há 22 localidades prioritárias para a Indonésia, mas há pessoas que estão a recusar-se a abandonar casas, produções agrícolas e animais, dizendo sentir-se seguras. Porém, a agência de gestão de catástrofes está determinada em fazer cumprir a ordem de evacuação. Se necessário, vamos retirar [os resistentes] à força", declarou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da agência, citado pela Lusa.

Nas zonas que se pretende livre de pessoas, havia desde domingo estradas, carros e edifícios cobertos de cinzas. As fotografias da agência estatal de notícias Antara mostravam então um brilho vermelho do magma durante a noite no Monte Agung, o ponto mais alto da ilha, a 3142 metros de altitude.