Lisboa vai dar quatro mil compostores a quem tiver jardim

No início de 2018, a Câmara Municipal de Lisboa vai oferecer compostores domésticos aos munícipes com jardim no concelho. "Lixo orgânico é a maior fatia do lixo produzido pelas famílias."

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Melanie J Watts/Flickr

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro, anunciou que o município vai distribuir, em 2018, quatro mil compostores domésticos a munícipes que vivam em habitações com jardim, medidas constante do programa para a prevenção de resíduos.

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O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro, anunciou que o município vai distribuir, em 2018, quatro mil compostores domésticos a munícipes que vivam em habitações com jardim, medidas constante do programa para a prevenção de resíduos.

Em declarações à agência Lusa, o vereador responsável pela Higiene Urbana disse que a Câmara Municipal vai "distribuir quatro mil compostores para compostagem doméstica, uma vez que o lixo orgânico é a maior fatia do lixo produzido pelas famílias". "Se recuperarmos esse lixo, nomeadamente para fazer adubos, conseguimos ganhos imediatos, pois é menos lixo que temos de pagar para tratar ou queimar", apontou.

Duarte Cordeiro explicou que "estão identificadas todas as moradias com jardim" no concelho e que, para além do compostor, será dada formação aos munícipes. O objectivo do município é que estes equipamentos possam ser distribuídos "no início de 2018", dado que a Câmara se encontra em processo de "adquirir os compostores e lançar o concurso para a formação".

Também para o próximo ano está previsto o lançamento do procedimento para o projecto de construção de um ecocentro na capital, que será uma "grande instalação onde todas as famílias e empresas poderão recorrer e que terá todas as linhas de reciclagem". Este será "um espaço onde se pode reciclar o máximo de resíduos que se conseguir", elencou o vereador socialista, dando o exemplo de madeiras ou lâmpadas, e será também "um espaço educativo, de experimentação e teste, e um espaço laboratorial". Ali, será possível ainda "monitorizar o consumo efectivo de resíduos de cada família", identificar os pontos onde podem reduzir e recompensar quem as que reciclam.

A Câmara Municipal de Lisboa pretende que o ecocentro esteja "disponível em 2019" e vai "começar por instalar um, analisar o nível de adesão" e depois decidir a construção de mais, disse o vereador, que não quis revelar qual o local onde irá funcionar esta infra-estrutura.

Duarte Cordeiro anunciou também que o Hub Criativo do Beato, um espaço dedicado à tecnologia e ao empreendedorismo, vai passar também a respirar sustentabilidade. Naquele local irá nascer "um espaço com ter três funcionalidades, o Repair Café, onde será possível aprender a reparar bens e equipamentos, por forma a aumentar o seu ciclo de vida, quer sejam para manter ou para doar". Isto acontecerá "numa lógica colaborativa, cada pessoa pode fazer o seu", adiantou o responsável, acrescentando que o espaço contará ainda com um bazar para troca e exposição de bens usados. "Já existe localização. Durante o primeiro trimestre de 2018 teremos lançado a empreitada e esperamos que até ao terceiro trimestre esteja aberto" o Repair Café, explicou.

Também no início do próximo ano deverá estar a funcionar uma aplicação para dispositivos electrónicos "que vai ser utilizada por todas as unidades associadas ao desperdício alimentar, para aumentar a adesão e criar maior eficiência". Outra das medidas da Câmara de Lisboa é o Zero Waist Lab, um laboratório que pretende "promover, educar e testar todas as soluções que existam para o desperdício zero" e que está integrado num movimento internacional.

O anúncio destas medidas que fazem parte da estratégia municipal de combate aos resíduos integra-se na comemoração da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos. "O objectivo de todas estas medidas é a sensibilização colectiva para a diminuição do consumo e produção de resíduos e o aumento da sua reutilização", rematou Duarte Cordeiro.