Primeiro-ministro irlandês pronto para eleições já em Dezembro

Leo Varadkar garante que não vai ceder à pressão da oposição para demitir a "número dois" do Governo.

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O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, garante estar pronto a ir às urnas já em Dezembro, insistindo que não irá deixar cair Frances Fitzgerald, actual “número dois” do Governo, acusada pela oposição de ter sido informada de um plano para denegrir um agente que tinha denunciado casos de corrupção e más práticas na polícia.

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O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, garante estar pronto a ir às urnas já em Dezembro, insistindo que não irá deixar cair Frances Fitzgerald, actual “número dois” do Governo, acusada pela oposição de ter sido informada de um plano para denegrir um agente que tinha denunciado casos de corrupção e más práticas na polícia.

O caso remonta a 2015, quando Fitzgerald era ministra da Justiça, mas só agora se soube que ela recebeu na altura um email onde as chefias da polícia abordavam uma suposta estratégia para pôr em causa a credibilidade do agente. Fitzgerald diz não se recordar de ter recebido a mensagem e não ter tido qualquer envolvimento no caso.

No entanto, a oposição não está convencida e a crise escalou quinta-feira quando o partido Fianna Fail apresentou uma moção de censura à vice-primeira-ministra, pondo em causa o acordo de incidência parlamentar que permite ao executivo liderado pelos rivais do Fine Gael governar em minoria.

Varadkar, que em Junho substituiu Enda Kenny como primeiro-ministro, acusou o Fianna Fail de oportunismo político e assegura que ceder à chantagem seria “atirar uma grande mulher para baixo do autocarro só para salvar o governo”.

Numa reunião com o líder da oposição, Micheál Martin, os dois concordaram que realizar novas eleições num momento crucial para as negociações do “Brexit” (em que a Irlanda é um dos actores chave) “não é do interesse de ninguém”. Ainda assim, Varadkar assegura que se até terça-feira – dia em que a moção de censura vai  a votos no Parlamento – não houver acordo, vai propor a realização de novas eleições já a 19 de Dezembro.