Polícia trata morte de 12 pessoas num lar durante vaga de calor como homicídio

Autoridades na Florida suspeitam que idosos morreram por negligência, depois de o furacão Irma ter deixado o lar sem energia nem ar condicionado.

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O Furacão Irma deixou milhares de residentes da Florida sem electricidade Reuters/CARLOS BARRIA

A morte de 12 pessoas internadas num lar de idosos de Hollywood Hills, no Sul da Florida, em Setembro, deveu-se à exposição de calor excessivo, segundo as autópsias e análises forenses divulgadas nos EUA na quarta-feira. Baseadas nestas conclusões, a polícia e autoridades locais estão a investigar estas mortes como casos de homicídio. O referido lar ficou sem energia eléctrica depois da passagem do furacão Irma pelos Estados Unidos, perdendo o sistema de ar condicionado.

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A morte de 12 pessoas internadas num lar de idosos de Hollywood Hills, no Sul da Florida, em Setembro, deveu-se à exposição de calor excessivo, segundo as autópsias e análises forenses divulgadas nos EUA na quarta-feira. Baseadas nestas conclusões, a polícia e autoridades locais estão a investigar estas mortes como casos de homicídio. O referido lar ficou sem energia eléctrica depois da passagem do furacão Irma pelos Estados Unidos, perdendo o sistema de ar condicionado.

O Departamento da Polícia de Hollywood Hills, a norte de Miami, informou que o chefe do Gabinete Forense do condado de Broward, Craig Mallak, classificou a morte de 12 pacientes do Centro de Reabilitação de Hollywood Hills como homicídio devido a “exposição ao calor”.

A polícia regista 14 mortes naquele lar durante este período, mas duas delas foram excluídas das suspeitas de homicídio e não são abrangidas pela investigação em causa, esclareceu a polícia.

Este lar de idosos teve de ser evacuado a 13 de Setembro após uma falha no sistema de ar condicionado. Esta falha foi provocada pelos "apagões" de energia eléctrica na sequência da passagem do furacão Irma, que tinha tocado terra na Florida três dias antes.

Catorze idosos, com idades entre 70 e 96 anos, morreram devido às elevadas temperaturas.

Ao retirar a licença do lar de idosos, em Setembro, a Agência para a Administração de Serviços de Saúde (AHCA, na sigla em inglês) tinha indicado que as temperaturas no lar superaram os 41 graus centígrados. Um dado que é contrariado pelo advogado que representa o lar. Em declarações citadas pela estação de TV NBC, e que foram prestadas por escrito ao Congresso, Geoffrey D. Smith garantiu que os responsáveis do lar monitorizaram as temperaturas interiors, entre os dias 10 e 12 de Setembro e que esta nunca tinha ultrapassado a fasquia de 27ºC. Acrescentou que os 150 internados naquele lar foram acompanhados nesse mesmo período, nenhum deles apresentando sinais de desidratação ou golpe de calor. 

O lar de idosos de Hollywood, que é alvo de investigação criminal, encontra-se a braços com acções por negligência apresentadas por familiares das vítimas.