Trump e Xi: duas visões sobre a globalização na cimeira da APEC

Presidente dos EUA fez queixas e ameaças de isolamento. O homólogo chinês assumiu-se o líder do comércio global.

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O aperto de mão entre Trump e Putin. Moscovo quis uma reunião privada, mas Washington não aceitou Reuters

Donald Trump e Xi Jinping discursaram na cimera do Fórum de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC) e os dois chefes de Estado, americano e chinês, apresentaram visões opostas sobre o comércio mundial nesta sexta-feira.  

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Donald Trump e Xi Jinping discursaram na cimera do Fórum de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC) e os dois chefes de Estado, americano e chinês, apresentaram visões opostas sobre o comércio mundial nesta sexta-feira.  

Em Danag, no Vietname, Donald Trump disse que os EUA não vão tolerar "abusos comerciais crónicos". Reclamou contra os desequilíbrios comerciais, dizendo que os EUA reduziram as barreiras alfandegárias e as tarifas, ao passo que outros países não o fizeram. "Tais práticas prejudicam muitas pessoas no nosso país", defendeu.

Porém, não culpou os países da APEC, acusou os governos americanos anteriores de não terem actuado para reverter a tendência. Afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a fazer acordos, mas apenas "com base no respeito mútuo e no benefício mútuo".

Xi Jinping, por seu lado, defendeu a globalização – uma tendência irreversível, disse –, que deve beneficiar todos os paíse e todas as classes. 

"Devemos assumir a globalização económica, ou devemos fraquejar e ficar parados perante os desafios? Devemos avançar em conjunto com a cooperação regional ou vamos cada um para seu lado", perguntou Xi. "A abertura traz consigo o progresso, a auto-exclusão deixa-nos para trás", concluiu.

Na cimeira, Trump encontrou o Presidente russo, Vladimir Putin, com quem trocou um aperto de mão no momento da fotografia de grupo. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, esclareceu que não houve qualquer conversa privada entre os dois. Moscovo tentou agendar uma reunião entre os dois líderes, mas Washington não aceitou.