Grande manifestação em Barcelona pela unidade de Espanha

Clima de pré-campanha para as eleições de 21 de Dezembro marca já a demonstração.

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Há estimativas diferentes sobre a dimensão da manifestação Yves Herman/REUTERS

Uma manifestação de centenas de milhares de pessoas que apela à unidade de Espanha e à “normalidade institucional” encheu este domingo as ruas do centro de Barcelona. A Guardia Urbana estima que tenham participado cerca de 300 mil pessoas, enquanto os organizadores, uma organização chamada Sociedade Civil da Catalunha, dizem que foram “mais de um milhão” e classificam a estimativa oficial como fake news.

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Uma manifestação de centenas de milhares de pessoas que apela à unidade de Espanha e à “normalidade institucional” encheu este domingo as ruas do centro de Barcelona. A Guardia Urbana estima que tenham participado cerca de 300 mil pessoas, enquanto os organizadores, uma organização chamada Sociedade Civil da Catalunha, dizem que foram “mais de um milhão” e classificam a estimativa oficial como fake news.

Agora que o Governo central interveio directamente na administração da Catalunha, e convocado eleições antecipadas, depois de os órgãos autonómicos terem feito uma declaração unilateral de independência, na sexta-feira, as palavras de ordem da manifestação incluíam apelos como “votaremos” e “Agora sim, vamos votar”. São referências não só às eleições antecipadas de 21 de Dezembro, como ao referendo de 1 de Outubro, sobre a independência da Catalunha, considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.

Cantou-se também a música Que Viva Espana, de Manolo Escobar, relata o jornal catalão La Vanguardia e Mediterrâneo, de Joan Manuel Serrat. E a terminar a manifestação, cantou-se o hino espanhol.

Entre os oradores que falaram à multidão esteve o socialista Josep Borrell, ministro de Felipe González, ex-presidente do Parlamento Europeu e do Congresso dos Deputados, e que se tem manifestado contra a independência. “Estou aqui porque ouvi [Carles] Puigdemont dizer que fala em nome do povo da Catalunha. Ele pode falar em nome de parte do povo da Catalunha”, sublinhou.

E para Oriol Junqueras, líder da Esquerda Republicana, vice-presidente da Generalitat, destituído do cargo, tal como Puigdemont: “A nossa dignidade é poder votar como queremos. Senhor Junqueras, você é um totalitário absoluto. Disse-nos que as empresas não se iam embora. Mas já partiram 1800. É uma tragédia histórica. Não nos tome por parvos”, afirmou o político socialista, numa declaração já claramente com propósitos eleitorais – o PSOE, a que pertence, está já agressivamente a fazer pré-campanha.