PS consegue vitória em todos os critérios

Socialistas vencem em toda a linha, do número de votos ao total de câmaras ganhas. PSD e CDU são os grandes derrotados de uma noite de muitas surpresas.

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António Costa vê o seu Partido Socialista ganhar enorme vantagem face ao PSD Nuno Ferreira Santos

Quem ganha no número de câmaras

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Quem ganha no número de câmaras

O PS é o partido com mais câmaras e, deste ponto de vista, é o vencedor. Bate o seu recorde: com seis freguesias por apurar já se contam 157, o melhor resultado de sempre para os socialistas. Há quatro anos, o então líder António José Seguro já festejava as 150 câmaras que havia conseguido.

Em contraste, o PSD tem um dos piores resultados de sempre, com um total de 79 câmaras quando concorrendo sozinho, mais 18 ganhas em coligações. O total de 97 ficava muito longe, portanto, dos resultados já maus de 2013, onde os sociais-democratas lideraram 107 autarquias. Outra surpresa da noite eleitoral é a queda da CDU, que desce das 34 de há quatro anos para apenas 24. O CDS sobe um pouco, passa de cinco para seis câmaras — e, juntando isso à enorme subida em Lisboa, consegue um sucesso notável.

Que partido teve mais votos?

Uma vez mais, nenhuma dúvida sobre o segundo critério de avaliação: António Costa vê o seu Partido Socialista ganhar enorme vantagem face ao PSD, superando os 1,8 milhões de votos das últimas autárquicas. Na verdade, nem juntando o número de votos das dezenas de coligações criadas pelo PSD ou pelo CDS a direita chegaria perto do resultado nacional dos socialistas — na manhã desta segunda-feira a diferença de votos entre PS e a direita era superior a 300 mil votos. Há quatro anos a diferença era de pouco mais de 100 mil.

Nas 17 maiores cidades a vitória vai para...

O PS leva quase tudo: volta a conseguir maioria em Lisboa, ganhou Beja à CDU, voltou a vencer Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Amadora, Odivelas, Gondomar, Gaia, Matosinhos (apesar da divisão de candidatos da área socialista). E consegue o feito histórico de ganhar Almada à CDU (algo que ninguém conseguiu prever). Onde o PS não vence é no Porto, mas reforça a votação, e ganha Sintra. O que o PS não venceu também foi Oeiras, perdida para o regressado Isaltino Morais, agora como independente (mas Joaquim Raposo consegue um surpreendente resultado, a par do de Paulo Vistas). Também voltou a perder Braga e Cascais para o PSD, mas aqui as expectativas não eram brilhantes. Assim como Loures e Seixal, que se mantêm na CDU (a última já sem maioria absoluta). Mesmo nas restantes capitais de distrito, a vitória é larga. Contas feitas, nas 17 câmaras mais populosas, o PS tem dez nas suas mãos.

E face às legislativas, como foi?

Com 99,8% dos resultados apurados, o PS estava com 38% dos votos nacionais, o que compara com os 32,86% das legislativas (sendo dois pontos acima de há quatro anos). A direita, se unidos os votos, desce de 36,8% para 34,7%. Já a CDU estava com 9,5% (contra 11% das últimas autárquicas e os 8,25% das legislativas de 2015). E o Bloco com 3,3% (face aos 10,19% das legislativas e 2,42% das últimas eleições locais).

Artigo corrigido às 10h16: o PS não conquistou a maioria absoluta em Lisboa, ao contrário do que estava escrito.