Carlos Costa: “Não se pode confundir o bombeiro com quem lança o fogo no sistema financeiro”

O governador do Banco de Portugal referia-se à pressão e responsabilidade atribuída na resolução de crises financeiras.

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Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, pede mais transparência Miguel Manso

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou esta terça-feira que as pessoas confundem os bombeiros que apagam os fogos com quem os lança, referindo-se à pressão e responsabilização que é colocada sobre o banco central na resolução de crises financeiras.

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O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou esta terça-feira que as pessoas confundem os bombeiros que apagam os fogos com quem os lança, referindo-se à pressão e responsabilização que é colocada sobre o banco central na resolução de crises financeiras.

“As pessoas esquecem quem são os pirómanos e pedem responsabilidade aos bombeiros”, disse Carlos Costa, no encerramento da conferência sobre gestão de riscos nos bancos centrais.

Para Carlos Costa, há “muita pressão sobre os supervisores, os bancos centrais”, enquanto são esquecidos os responsáveis por lançar o fogo. Carlos Costa considerou ainda que o sistema financeiro tem de ser mais transparente, tal como o banco central também tem, e que não pode haver “ilusões” de que os bancos centrais andarão sempre a tentar apanhar os mercados.

A 3 de Agosto de 2014, o Banco de Portugal aplicou uma medida de resolução ao Banco Espírito Santo (BES), tendo sido criado o Novo Banco. Já em Dezembro de 2015, foi a vez de ser aplicada uma medida de resolução no Banif.

A acção do Banco de Portugal tem sido muito criticada, nomeadamente no caso BES, e já esta semana aumentou a tensão com o Governo.