Portugueses à caça de partículas na Argentina

Em Lisboa, há uma sala de controlo remoto das experiências do Observatório Pierre Auger, na Argentina. No observatório da América do Sul há já detectores portugueses. E haverá mais.

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No Observatório Pierre Auger, na Argentina DR

Cientistas portugueses ou a trabalhar em Portugal estão definitivamente a captar raios cósmicos. Desde 9 de Maio deste ano que o Instituto Superior Técnico, em Lisboa, tem uma sala de controlo remoto das experiências do Observatório Pierre Auger (na Argentina) e da Colaboração do Compact Muon Solenoid  – um dos quatro detectores do grande acelerador do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), perto de Genebra (Suíça). A sala pertence ao Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e evita que os investigadores tenham de se deslocar até à América do Sul sempre que chega a hora do turno da equipa portuguesa num projecto que reúne mais de 400 cientistas de 18 países.

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Cientistas portugueses ou a trabalhar em Portugal estão definitivamente a captar raios cósmicos. Desde 9 de Maio deste ano que o Instituto Superior Técnico, em Lisboa, tem uma sala de controlo remoto das experiências do Observatório Pierre Auger (na Argentina) e da Colaboração do Compact Muon Solenoid  – um dos quatro detectores do grande acelerador do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), perto de Genebra (Suíça). A sala pertence ao Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e evita que os investigadores tenham de se deslocar até à América do Sul sempre que chega a hora do turno da equipa portuguesa num projecto que reúne mais de 400 cientistas de 18 países.

O que se controla a partir de Lisboa? “Um detector de fluorescência da luz que é produzida quando o chuveiro [de raios cósmicos] passa pela atmosfera. E que só funciona à noite na Argentina”, explica ao PÚBLICO Pedro Abreu, professor no Instituto Superior Técnico e coordenador para a divulgação do LIP. Os turnos são assegurados por duas pessoas e realizam-se todos os dias durante períodos de 15 dias ou três semanas, uma ou duas vezes por ano.

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Sala de controlo remoto no Instituto Superior Técnico

Também no observatório na Argentina existem detectores portugueses desde há dois anos. Ao todo, já foram instalados seis detectores desenvolvidos pelo LIP de Coimbra e a parte da electrónica pelo LIP de Lisboa, informa Pedro Assis, professor no Instituto Superior Técnico e responsável pelo grupo do LIP na colaboração. “Estão por baixo dos detectores de superfície e servem para detectar muões [“primos” mais pesados dos electrões que também fazem parte do chuveiro de raios cósmicos] ”, descreve. “A ideia é instalar mais 30 desses detectores até ao final de 2018.” O objectivo desta melhoria no observatório é detectar com mais qualidade os raios cósmicos mais energéticos e perceber qual a sua composição.