Ver de perto o néon do Coliseu do Porto, de copo na mão

O terraço do Porto Coliseum Hotel, apenas aberto para os pequenos-almoços dos hóspedes, é agora um rooftop bar especializado em cocktails de autor. Vale a pena subir ao sexto piso para espreitar os telhados da cidade

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Sobem-se seis andares pelo elevador que dá acesso ao Porto Coliseum Hotel, passa-se por uma pequena sala interior envidraçada e põe-se o pé no terraço.  À esquerda, um balcão de bar. À direita, sofás voltados para o casario. É a vista privilegiada sobre a cidade que destaca o Terraço 135, o bar que abriu o último piso do Coliseu ao público e que quer entrar na lista dos rooftops do Porto. Contam-se clarabóias nos topos dos edifícios e silhuetas recortadas de igrejas, ainda em maior número do que as gruas que ocupam o horizonte.

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Sobem-se seis andares pelo elevador que dá acesso ao Porto Coliseum Hotel, passa-se por uma pequena sala interior envidraçada e põe-se o pé no terraço.  À esquerda, um balcão de bar. À direita, sofás voltados para o casario. É a vista privilegiada sobre a cidade que destaca o Terraço 135, o bar que abriu o último piso do Coliseu ao público e que quer entrar na lista dos rooftops do Porto. Contam-se clarabóias nos topos dos edifícios e silhuetas recortadas de igrejas, ainda em maior número do que as gruas que ocupam o horizonte.

 

A primeira coisa que todos fazem é tirar o smartphone do bolso e começar a fotografar (mea culpa, fizemos o mesmo, ainda por cima era final de tarde). Depois ouve-se o espanto, sobretudo de quem vive na cidade e desconhece, até àquele momento, semelhante perspectiva sobre as ruas da Baixa. Filtros e partilhas em redes sociais deixadas de parte, o Terraço 135 é especializado em “cocktails de autor”, servidos ao final do dia a quem “procura um espaço diferente”. Quem o diz é Diogo Teixeira, convidado pela gerência do hotel para transformar um terraço fechado num bar e tirar partido de um espaço desaproveitado. Alguns meses depois, no fim de Julho, as portas abriram.

 

O que agora é o Terraço 135 era apenas utilizado para o serviço dos pequenos-almoços do hotel que, juntamente com o Passos Manuel e a sala de espectáculos, compõe as três valências do Coliseu do Porto. Diogo Teixeira, de 40 anos, não quis criar mais um “registo de noite ou de bar” — e interessou-lhe o facto de não ser voltado para a rua. É preciso conhecer para subir, a placa que anuncia o bar é discreta. “Quis um conceito mais voltado para o início da noite, até às 23h”, diz. A música não vai fugir muito ao chill out, bossa nova, jazz; pontualmente, um DJ. Junto ao varandim envidraçado vai nascer um jardim em altitude e “bancos mais relaxados”.

 

Pelas 19h30, diariamente, o letreiro luminoso do Coliseu acende e o cenário muda. O “C” está ao mesmo nível do terraço, tão perto que quase parece ao alcance da mão, e as objectivas ficam divididas entre o pôr do sol e o néon avermelhado. Do outro lado da rua, as grandes janelas do Maus Hábitos, para onde muitas vezes seguem os clientes do Terraço 135 quando querem prolongar a noite, conta Diogo. Mesas e cadeiras altas ocupam o parapeito deste terraço, de onde também é possível espreitar a cúpula da sala de espectáculos do Coliseu. 

 

Para consultar a lista de bebidas, um disco de vinil: os vinhos, a copo ou garrafa, são todos portugueses (o champanhe francês é a excepção) e os cocktails são 15, com e sem álcool, “todos personalizáveis”. Há os mais comuns — mojito, caipirinha, piña colada — e outros mais elaborados, como o long island ice tea ou o cosmopolitan. Quem confiar no barman pode pedir o cocktail de autor, basta dar indicação das preferências.

 

E porque o horário, das 17 às 23 horas, abrange o período de jantar, este bar de rooftop tem alguns petiscos à disposição. Tábuas de queijos e enchidos, guacamole com nachos, pimentos recheados ou um mini-hambúrguer com bacon podem completar o início de noite neste sexto piso.

 

Quando a temperatura arrefecer e a estadia no terraço se tornar desconfortável, Diogo Teixeira prevê mandar construir “uma espécie de caixa de vidro, com aquecedores e uma iluminação agradável”, que se coadune com a arquitectura de um edifício que é monumento de interesse público.