Impacto do ataque nas Ramblas pode reflectir-se nas reservas para Maiorca ou Ibiza

A segurança passou a ser o principal critério dos turistas na escolha de destinos internacionais de férias.

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Barcelona recebeu um número recorde de turistas nos primeiros cinco meses do ano LUSA/MARTA PEREZ

Depois de ter arrancado o ano a bater recordes em termos do número de visitantes e de receitas turísticas, a cidade de Barcelona poderá experimentar uma quebra nas reservas na sequência do atentado da semana passada nas Ramblas. O secretário-geral da associação de hoteleiros de Barcelona, Manel Casals, deu conta de alguns casos esporádicos de cancelamentos de reservas logo após o ataque, e admitiu que a procura pudesse sofrer nos próximos tempos, como aconteceu noutros pontos. “Infelizmente, estamos a lidar cada vez mais com este tipo de ataques em cidades europeias”, disse ao Financial Times.

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Depois de ter arrancado o ano a bater recordes em termos do número de visitantes e de receitas turísticas, a cidade de Barcelona poderá experimentar uma quebra nas reservas na sequência do atentado da semana passada nas Ramblas. O secretário-geral da associação de hoteleiros de Barcelona, Manel Casals, deu conta de alguns casos esporádicos de cancelamentos de reservas logo após o ataque, e admitiu que a procura pudesse sofrer nos próximos tempos, como aconteceu noutros pontos. “Infelizmente, estamos a lidar cada vez mais com este tipo de ataques em cidades europeias”, disse ao Financial Times.

No ano passado, Paris, um dos principais destinos turísticos da Europa, registou uma diminuição de 5% no número de visitantes, tendo recebido menos 1,5 milhões de pessoas em 2016 do que em 2015 – quando a cidade foi “martirizada” por ataques terroristas em Janeiro e Novembro. Quebras idênticas foram registadas na Bélgica e na Turquia, outros dois países afectados por ataques em 2016 e que, ao lado da França, lideram a lista dos destinos turísticos mais prejudicados pelo terrorismo no ano passado.

Com 28 milhões de turistas só nos primeiros cinco meses do ano, mais 12% do que em 2016, a Espanha tornou-se uma opção para muitos dos clientes de pacotes de férias em destinos mediterrânicos como a Tunísia e o Sul de França, ou ainda as estâncias balneares no Egipto e na Turquia, preocupados com as questões de segurança após incidentes terroristas. De acordo com o último inquérito sobre as tendências de viagens do Conselho Internacional de Turismo, a segurança tornou-se o principal critério na escolha dos locais de férias: dois terços dos inquiridos disseram só admitir viajar para destinos internacionais sem registo de conflitos ou instabilidade.

Alguns dos principais operadores europeus, como os grupos TUI e Thomas Cook, admitiram algum nervosismo com a possibilidade de perdas no mercado turístico após o atentado das Ramblas. Com cerca de 30 milhões de pernoitas por ano, e mais de 17 mil milhões de euros de receitas atribuídas ao turismo, Barcelona é a cidade mais visitada em Espanha. Mas o receio dos operadores é que o impacto do ataque possa reflectir-se numa baixa da procura nas estâncias de Maiorca, Lanzarote, Tenerife e Ibiza.