Média sobe a Português e Matemática nos exames do 9.º ano

Resultados a Português passaram de 57% para 58% ao passo que a Matemática subiram de 47 para 53%. Percentagem de negativas é ainda "muito preocupante", alerta Sociedade Portuguesa de Matemática.

Foto

Os alunos do 9.º ano tiveram não só média positiva nos exames de Português e Matemática, como em ambos os casos conseguiram melhores resultados do que em 2016. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os alunos do 9.º ano tiveram não só média positiva nos exames de Português e Matemática, como em ambos os casos conseguiram melhores resultados do que em 2016. 

Numa escala percentual de zero a 100, os resultados a Português passaram de 57% para 58% ao passo que a Matemática subiram de 47 para 53%.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o Júri Nacional de Exames destaca que na prova de Português cerca de 75% dos alunos obtiveram uma classificação igual ou superior a 50% e que o mesmo aconteceu com 57% dos estudantes no exame de Matemática.  No conjunto foram realizadas 185.317 provas. Ainda segundo o júri, no processo de correcção estiveram envolvidos 3981 professores classificadores.

Apesar de a prova “ser acessível”, existe ainda “um número extremamente elevado de alunos com mau desempenho no final da escolaridade básica”, frisou a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) nesta sexta-feira. A taxa de retenção na disciplina foi este ano de 32%. No ano passado, com média negativa no exame, tinha-se situado nos 34%.

Segundo a SPM, esta situação “muito preocupante, deveria merecer a maior atenção da tutela no sentido de criar condições para que as escolas ultrapassem o problema, que está identificado e é recorrente”.

Numa análise por domínio já feita pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), responsável pelos exames, constata-se que, como habitualmente, os alunos saíram-se melhor na parte de Organização e Tratamento de Dados (63% de positivas) e pior na Álgebra e nos Números e Operações (46% positivas).

Na prova de Português, o domínio com maior percentagem de positivas (75%) foi o da compreensão da oral, que tinha na base a audição de um texto, uma componente que foi introduzida pela primeira vez este ano. A Gramática, com 47% de positivas, volta a ser o domínio onde os alunos se saem pior. 

Gil Vicente de fora

Na altura da realização dos exames, em Junho, os alunos tinham-se mostrado satisfeitos por em Português não ter saído Gil Vicente e da referência a Os Lusíadas ser aparentemente menos trabalhosa do que o habitual. O exame foi considerado adequado pelos professores.

Já no que respeita à prova de Matemática, as opiniões dividiram-se, como costuma ser hábito. A SPM considerou que a prova “é mais simples do que a do ano anterior, ficando assim com um nível aquém do grau de exigência adequado ao final da escolaridade básica”. Referia ainda que o exame “não contém qualquer questão que permita destacar o trabalho dos alunos mais empenhados”.

Pelo seu lado, a Associação de Professores de Matemática referiu que a prova teve “ítens de dificuldade variada” e que apresentou “algumas situações problemáticas que apelam ao raciocínio matemático, o que corresponde a uma prova de final do 3.º ciclo”.

Na altura a SPM denunciou ainda a existência de um erro num dos critérios de correcção, afirmando que o Instituto de Avaliação Educativa dava como 75% certa uma resposta que estava totalmente errada. Na factorização de um polinómio aceitava-se como parcialmente certa uma solução onde a equação resultante aparecia sem parentesis. O Iave rejeitou a acusação da SPM, afirmando que o que estava em causa era perceber se os alunos "identificavam um dos casos notáveis da multiplicação de polinómios"