Torre Grenfell: falta de equipamento dos bombeiros condicionou ajuda

BBC identificou problemas no abastecimento de água, na disponibilidade de escadas aéreas e outras falhas.

Foto
Hannah Mckay/Reuters/

As investigações às circunstâncias do grande incêndio na Torre Grenfell, em Londres, têm revelado falhas várias – agora, uma investigação da BBC apurou que desde a pressão da água até à demora na chegada de uma escada Magirus para alturas elevadas, vários condicionalismos afectaram o trabalho dos bombeiros na reacção à catástrofe que matou cerca de 80 pessoas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As investigações às circunstâncias do grande incêndio na Torre Grenfell, em Londres, têm revelado falhas várias – agora, uma investigação da BBC apurou que desde a pressão da água até à demora na chegada de uma escada Magirus para alturas elevadas, vários condicionalismos afectaram o trabalho dos bombeiros na reacção à catástrofe que matou cerca de 80 pessoas.

A 14 de Junho, um incêndio que teve como origem uma explosão de um frigorífico num dos andares inferiores do prédio ganhou proporções catastróficas e reduziu a escombros a Torre Grenfell, edifício de 24 andares em Kensington, Londres. Os problemas no revestimento altamente inflamável do edifício, bem como os alertas sem sequência dos moradores, têm sido relatados no rescaldo da tragédia. O programa Newsnight revelou sexta-feira que “uma série de falhas” enleou os esforços dos bombeiros naquela noite, estas envolveram problemas na comunicação via rádio e baixa pressão da água.

O programa teve acesso às listagens de material do fogo de Grenfell e explica como a escada de 30 metros, capaz de alcançar o 10.º piso, só saiu 24 minutos depois de as primeiras equipas terem sido enviadas para o local e que só chegou 13 minutos depois ao incêndio, quando, precisa a BBC, o fogo já se tinha propagado e ascendido no revestimento dos andares cimeiros. Desde o mês passado, os Bombeiros de Londres já alteraram a fórmula para proceder nestes casos e já incluíram o envio de uma destas escadas “aéreas” como parte obrigatória da resposta a fogos em arranha-céus.

No que toca à água, a empresa londrina Thames Water nega que tenha havido uma pressão insuficiente ou que não tenha fornecido água extra aos bombeiros; as comunicações por rádio foram dificultadas pela falta de rede dentro do edifício e outro equipamento em falta foi aquele que permite aos bombeiros respirar em ambientes de calor e fumo intenso, que seria em número insuficiente.

No combate às chamas estiveram envolvidos mais de 200 bombeiros, com uma plataforma de altura para incêndios a ter de vir de Surrey por falta de um equipamento do género por parte dos Bombeiros de Londres. Estes já explicaram que a investigação policial em curso examinará também os problemas agora levantados pela BBC.