A Fábrica de Nada vence prémio de Melhor Filme no Festival de Cinema de Munique

A longa-metragem de Pedro Pinho, que já havia arrecadado o prémio da crítica internacional em Cannes, foi distinguida na categoria do festival que galardoa as primeiras e segundas obras de realizadores.

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Teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes (18 a 28 de Maio de 2017), e conquistou o prémio FIPRESCI, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, sendo a segunda obra de um realizador português a ser distinguido pela crítica, depois de Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, em 1997. A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, leva agora para casa o prémio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Munique, segundo anunciou este sábado a produtora Terratreme. A competição divide-se em duas categorias: Cine Visions, que distingue as primeiras e segundas obras de realizadores (e que se traduz num prémio monetário de 12 mil euros), e Cine Masters, que considera as obras de cineastas com um repertório que inclua mais de três longas-metragens.

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Teve estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes (18 a 28 de Maio de 2017), e conquistou o prémio FIPRESCI, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, sendo a segunda obra de um realizador português a ser distinguido pela crítica, depois de Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, em 1997. A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, leva agora para casa o prémio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Munique, segundo anunciou este sábado a produtora Terratreme. A competição divide-se em duas categorias: Cine Visions, que distingue as primeiras e segundas obras de realizadores (e que se traduz num prémio monetário de 12 mil euros), e Cine Masters, que considera as obras de cineastas com um repertório que inclua mais de três longas-metragens.

“O júri considerou o filme ‘um drama comovente, um musical peculiar, um documentário preciso e um ensaio desafiador’”, disse a organização do festival em comunicado divulgado este sábado. A Fábrica de Nada é um filme com três horas de duração que conta a história de um grupo de operários que tentam salvaguardar os seus postos de trabalho e evitar o encerramento de uma fábrica através de um sistema de auto-gestão colectiva. Quando se apercebem que a administração está a roubar máquinas e matérias-primas, decidem organizar-se para impedir o deslocamento da produção. Como forma de retaliação, os patrões obrigam-nos a permanecer nos seus postos sem nada que fazer enquanto decorrem as negociações para os despedimentos.

O júri do Festival de Cinema de Munique ressalva que “em termos de conteúdo e estética, o filme usa as suas três horas sabiamente e de uma maneira altamente complexa”, acrescentando que esta é uma história “interpretada e filmada com empatia, mas sem nunca aludir a piedade barata”. A Fábrica de Nada é protagonizada por actores e não-actores e é assinado por Pedro Pinho, embora o enredo tenha sido criado em colaboração com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro A Fábrica de Nada, de Judith Herzberg, por ele encenada.

Em Cannes, Edouard Waintrop, director artístico da Quinzena dos Realizadores destacou A Fábrica de Nada pelo “uso de uma variedade incrível de géneros cinematográficos: é praticamente um thriller no início, tornando-se íntimo, político, social, fazendo um breve desvio para a comédia musical.” Na altura, Pedro Pinho descreveu a longa-metragem como “uma reflexão crítica sobre o estado do mundo no período vivido nos últimos cinco ou seis anos em Portugal”. Quando foi anunciado o prestigiado prémio da crítica internacional, o cineasta afirmou em declarações à Agência Lusa que este era um feito “absolutamente excepcional para um país tão pequeno e com tão pouca produção de filmes”. A Fábrica de Nada ainda não tem data de estreia prevista em Portugal.

A Fábrica de Nada - Trailer from TERRATREME FILMES on Vimeo.