Oeiras oferece terreno para Agência do Medicamento ou Colégio Europa

Entendendo a Grande Lisboa como um território "contínuo, integrado e complementar", a Câmarade Oeiras oferece um espaço no Taguspark.

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Paulo Vistas, autarca de Oeiras, oferece espaço para a EMA Nuno Ferreira Santos

Na disputa interna por acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento, o município de Oeiras disponibilizou hoje um espaço no concelho, na zona do Tagus Park, segundo uma nota da Câmara Municipal, liderada por Paulo Vistas. Até agora, Lisboa e o Porto são as cidades candidatas a receberem a sede da EMA.

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Na disputa interna por acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento, o município de Oeiras disponibilizou hoje um espaço no concelho, na zona do Tagus Park, segundo uma nota da Câmara Municipal, liderada por Paulo Vistas. Até agora, Lisboa e o Porto são as cidades candidatas a receberem a sede da EMA.

“Entendendo a Grande Lisboa como um território contínuo, integrado e complementar e pretendendo acrescentar valor e reforçar a candidatura da Grande Lisboa, Oeiras vem disponibilizar o espaço necessário ou para a sede da EMA ou para o Colégio Europa no espaço do Taguspark”, refere a nota hoje divulgada.

Oeiras diz que pretende “reforçar a candidatura de Lisboa a acolher a sede da Agência”, realizando na quarta-feira uma conferência de imprensa para apresentar as “razões” que reforcem esta candidatura.

A iniciativa envolve a Câmara Municipal, a Agência de Desenvolvimento OeirasInvest e o Taguspark, em associação com a CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, bem como os principais institutos de conhecimento e investigação sediados no concelho, como o Instituto Gulbenkian de Ciência, o ITQB e o Instituto Soldadura e Qualidade.

Lisboa começou por ser a única candidata areceber a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa), que deixará Londres com a saída do Reino Unido da União Europeia. Mas o Governo reabriu o processo de forma a integrar também o Porto. Recentemente, o próprio primeiro-ministro assumiu que "do ponto de vista interno e nacional, objectivamente é melhor que seja o Porto do que seja Lisboa, porque assegura uma melhor redistribuição das oportunidades".

Também Pedro Passos Coelho disse ter "a certeza de que o Porto é um natural competidor" e recusou "a macrocefalia secular".

"Parece importante evitar a macrocefalia e, portanto, se for possível que [a EMA] se situe numa outra zona do país (…), isso seria excelente”, disse Passos, à entrada para uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE), que antecedeu uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, na qual os 27 discutiram os critérios para, em Outubro, o Conselho Europeu eleger as cidades que sucederão a Londres como sedes da EMA.

"É importante que os critérios possam servir para que o Governo em Portugal apure com rigor quais são as áreas, as cidades, as zonas do país que estão em condições de preencher esses critérios e de poder ter, portanto, uma candidatura bem-sucedida, que é como quem diz não andar com o carro à frente dos bois", acrescentou.

A escolha inicial de Lisboa para candidata a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento motivou críticas de deputados e de autarcas. Há menos de duas semanas, o Ministério da Saúde anunciou que o Governo havia decidido reabrir o processo de candidatura à sede da EMA, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

As candidaturas devem ser oficialmente apresentadas até ao final de Julho.