Arquitectos criam programa de auxílio para zonas afectadas por catástrofes

As secções regionais Norte e Sul da Ordem dos Arquitectos querem que esta iniciativa "seja um contributo de esperança e resiliência para o futuro das populações" afectadas pelos incêndios que deflagraram na semana passada.

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A Ordem está a preparar um programa que inclua medidas de auxílio às famílias e aos municípios afectados Martin Henrik

A Ordem dos Arquitectos abriu inscrições para uma bolsa de voluntariado, que surge como parte de um programa que irá incluir medidas de auxílio a famílias e municípios afectados por catástrofes, foi esta segunda-feira anunciado.

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A Ordem dos Arquitectos abriu inscrições para uma bolsa de voluntariado, que surge como parte de um programa que irá incluir medidas de auxílio a famílias e municípios afectados por catástrofes, foi esta segunda-feira anunciado.

Em comunicado, a Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos adianta que, em conjunto com a Secção Regional Sul, está a "preparar um programa que inclua medidas de auxílio às famílias e aos municípios afectados pela catástrofe".

"O objectivo é criar um serviço vocacionado para, no futuro, apoiar o processo de reconstrução de alojamento e de espaço público, sempre que aconteçam tragédias de inusitadas proporções. As medidas compreenderão, nomeadamente o lançamento de uma Bolsa de Arquitectos e uma Bolsa de Materiais de construção de apoio a emergências", lê-se no comunicado. Os interessados em aderir à bolsa Arquitectos Voluntários de Apoio a Emergências - AVAE, podem fazê-lo através do e-mail: voluntarios.arquitectos@oasrn.org.

A bolsa irá "estruturar a disponibilidade demonstrada por profissionais para trabalhos de análise técnica das construções afectadas por calamidades, para o encontro de soluções técnicas que garantam o regresso das famílias às suas habitações e à apropriação do espaço público com segurança".

Já a bolsa de materiais irá "articular e promover a angariação de materiais de construção que auxiliem o processo de reconstrução das zonas atingidas". "Os recursos técnicos e materiais gerados por estas iniciativas serão postos ao dispor dos municípios mais atingidos (neste caso já contactados), de forma a realizar um trabalho articulado e útil com estas entidades e que possa ter reflexos positivos no terreno", refere a Ordem dos Arquitectos. O programa e respectivo regulamento serão divulgados "o mais breve possível".

As secções regionais Norte e Sul da Ordem dos Arquitectos querem que esta iniciativa "seja um contributo de esperança e resiliência para o futuro das populações de Pedrógão Grande, de Figueiró dos Vinhos e de Castanheira de Pera".

Os incêndios que deflagraram na região Centro, há uma semana, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foram dados como extintos no sábado. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios - iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra - corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em Março.

Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra. O incêndio de Góis, que também começou no dia 17, atingiu ainda Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais.