Sempre tive um fraquinho pelos Lib Dems. A demissão de Tim Farron, por ser cristão e ter preconceitos pecaminosos acerca da homossexualidade, é tipicamente Lib Dem. Durante a campanha eleitoral perguntaram-lhe repetidamente se achava que a homossexualidade era um pecado. Primeiro, Farron respondeu que não queria responder a esta pergunta. Depois de muito pensar - quer ele fazer crer (e nós somos tentados a acreditar) - chegou à conclusão que não, que não era pecado.

Sempre tive um fraquinho pelos Lib Dems. A demissão de Tim Farron, por ser cristão e ter preconceitos pecaminosos acerca da homossexualidade, é tipicamente Lib Dem. Durante a campanha eleitoral perguntaram-lhe repetidamente se achava que a homossexualidade era um pecado. Primeiro, Farron respondeu que não queria responder a esta pergunta. Depois de muito pensar - quer ele fazer crer (e nós somos tentados a acreditar) - chegou à conclusão que não, que não era pecado.

Farron luta desde os 16 anos pelos direitos LGBT mas isso não chega para os Lib Dems. Desconfiaram (talvez com razão) que a certa altura (que não agora) Farron achou, como cristão, que ser homossexual não era pecado mas que os actos homossexuais, não obstante serem altamente perdoáveis, eram capazes de ser pecados.

Para Farron é incompatível ser-se um cristão praticante e um liberal e progressista. Pense-se o que se pensar desta proposição - muitos Lib Dems concordam mas, por outro lado, muitos mais trabalhistas e conservadores discordam - ela revela, consubstanciada na demissão, uma exemplar honestidade. Ou seja, interpretando liberalmente: afinal Farron pensou ainda melhor no assunto e, na volta, segundo a crença cristã que é a dele (e, porventura, de mais ninguém), os actos homossexuais até são pecado, como são, aliás, todos os actos sexuais fora do casamento. Perdoam-se muito bem - mas aí está, por isso mesmo.

Obrigado, Tim Farron: pode ser que agora o excelente Vince Cable seja eleito dirigente dos Lib Dems.