Comissão sobre obras na Segunda Circular começou e acabou em vinte minutos

A maioria socialista bloqueou a audição de técnicos e o PSD saiu da sala em protesto. Fernando Medina despachou a questão em poucas linhas

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Nuno Ferreira Santos

Foi curta a primeira e última audição das comissões da Assembleia Municipal de Lisboa que acompanham o processo da Segunda Circular. Vinte minutos bastaram para que os deputados do PSD abandonassem a sala, para que um deputado do PS respondesse e para que Fernando Medina dissesse o que levou ao cancelamento da empreitada de requalificação daquela estrada.

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Foi curta a primeira e última audição das comissões da Assembleia Municipal de Lisboa que acompanham o processo da Segunda Circular. Vinte minutos bastaram para que os deputados do PSD abandonassem a sala, para que um deputado do PS respondesse e para que Fernando Medina dissesse o que levou ao cancelamento da empreitada de requalificação daquela estrada.

O encontro destinava-se a ouvir o presidente da câmara e os vereadores do Urbanismo e das Finanças, mas só Medina falou. Em Março, os grupos parlamentares à excepção do PS tinham proposto que fossem ouvidos técnicos, responsáveis camarários, os projectistas da obra e o júri do concurso – que propôs a anulação da empreitada por suspeitas de conflito de interesses. A maioria socialista chumbou essas audições, o que motivou críticas de toda a oposição.

Esta segunda-feira, ainda antes de Medina abrir a boca, os deputados do PSD anunciaram que se iam embora. “O PSD entendeu que, tendo já ouvido por diversas vezes o sr. presidente da câmara e os senhores vereadores, seria interessante confrontar as partes intervenientes”, explicou Margarida Saavedra. Como tal não veio a ser aprovado, “isto é uma auto-estrada num único sentido” e, por isso, os eleitos sociais-democratas saíram.

Rui Paulo Figueiredo, do PS, não perdeu tempo a responder. “Nós estamos a assistir a um número político. O PSD pode fazer todos os números políticos que quiser, mas na verdade fica-lhes bastante mal”, disse o deputado.

Depois, Fernando Medina também foi sucinto. “Este projecto foi alvo de um enorme debate na cidade”, disse o autarca. O cancelamento das obras, assim que a câmara se apercebeu do possível conflito de interesses, “foi uma decisão muito simples”, acrescentou. “O júri fez o seu papel, a câmara fez o seu papel. Dormi muito tranquilamente desde esse dia até hoje sobre este assunto.”

Mais ninguém interveio. E assim se concluiu a comissão de inquérito às obras de requalificação da Segunda Circular.