Uma grande compositora atrás de Amar pelos dois

Rita Redshoes realça a qualidade de Luísa Sobral como compositora e letrista.

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Parafraseando uma expressão conhecida, poderíamos dizer que por detrás da pose e da voz do homem que conquistou Portugal e a Europa (e também a Austrália) está uma grande mulher, que na circunstância é a sua irmã. E quem o diz claramente é Rita Redshoes, que depois de manifestar o seu contentamento com a vitória portuguesa no Festival da Eurovisão chama a atenção para a importância que Luísa Sobral teve na vitória de Salvador Sobral em Kiev.

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Parafraseando uma expressão conhecida, poderíamos dizer que por detrás da pose e da voz do homem que conquistou Portugal e a Europa (e também a Austrália) está uma grande mulher, que na circunstância é a sua irmã. E quem o diz claramente é Rita Redshoes, que depois de manifestar o seu contentamento com a vitória portuguesa no Festival da Eurovisão chama a atenção para a importância que Luísa Sobral teve na vitória de Salvador Sobral em Kiev.

“Como mulher, fico também muito feliz pelo facto de uma mulher ter estado na origem da canção que ganhou o festival”, diz a compositora e intérprete de Mulher, o single do seu mais recente disco, Her, editado no final do ano passado.

Rita lembra que normalmente “o público em geral associa a paternidade das canções a quem lhes dá voz”, mas, sem de nenhum modo desvalorizar “a personalidade forte do Salvador Sobral”, realça o facto de ter sido Luísa Sobral a autora da letra e da música da canção Amar pelos dois. “E é do imaginário da Luísa que ela nasce”, acrescenta.

Rita Redshoes foi também (com o seu irmão Senhor Vulcão) uma das compositoras convidadas pela RTP a concorrer ao festival deste ano – com a canção O que eu vi nos meus sonhos, que foi interpretada por Deolinda Kinzimba. Uma situação, de resto, quase paralela à de Luísa e Salvador Sobral.

“Logo no final do primeiro ensaio de Amar pelos dois para o festival, foi manifesto que se tratava de uma canção linda, muito bem escrita e bem musicada em termos melódicos”, recorda Rita, lembrando que isso “faz toda a diferença”. E chama igualmente a atenção para a importância dos arranjos feitos por Luís Figueiredo, “um músico brilhante e que fez também um trabalho perfeito”.

Afirmando-se amiga de Luísa – com quem já interpretou em palco, ao ar livre, em Lisboa, um tema de Gilberto Gil, Não tenho medo da morte, num concerto de solidariedade para com os refugiados –, Rita lembra o seu percurso musical, que já conta com quatro álbuns publicados a confirmá-la como “uma óptima compositora”. E se vê na canção Amar pelos dois algo menos denso do que aquilo que podemos ouvir no seu disco mais recente, Luísa (2016), reforça que ela faz todo o sentido na evolução de uma carreira que teve agora um momento especial de glória e mediatismo.

“Um momento de glória, toda a gente pode ter, mas conseguir uma carreira de glória é bem mais difícil”, nota Rita Redshoes, que vê em Luísa Sobral e no seu irmão Salvador, porque se trata de “pessoas que gostam muito de música e de fazer música”, a capacidade e a força suficientes para segurar as suas carreiras quando se desvanecerem os foguetes da conquista de Kiev.