Rio, Rangel e Aguiar-Branco na comissão de honra de Álvaro Almeida

Figuras nacionais do PSD unem-se à volta do candidato independente à Câmara do Porto, que deixa programa na Rádio Renascença.

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O PSD tardou a escolher o nome do candidato do partido à Câmara do Porto, o que deixou as bases nervosas, mas a solução encontrada - o professor Álvaro Almeida - está a pacificar o ambiente. Isso mesmo pode verificar-se na composição da comissão de honra da sua candidatura, que juntará facções distintas do PSD, mas também personalidades independentes.

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O PSD tardou a escolher o nome do candidato do partido à Câmara do Porto, o que deixou as bases nervosas, mas a solução encontrada - o professor Álvaro Almeida - está a pacificar o ambiente. Isso mesmo pode verificar-se na composição da comissão de honra da sua candidatura, que juntará facções distintas do PSD, mas também personalidades independentes.

Ao que o PÚBLICO apurou, o ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, o eurodeputado, Paulo Rangel, e o deputado ex-cabeça de lista do PSD à Assembleia Municipal do Porto nas últimas autárquicas, José Pedro Aguiar-Branco, são algumas das figuras do partido que vão integrar a comissão de honra de Álvaro Almeida à presidência da segunda autarquia do país.

Também a directora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Maria Amélia Ferreira, que foi mandatária distrital da candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, está entre as muitas personalidades que constam deste órgão de apoio.

Na última sexta-feira, o PÚBLICO noticiou que Pedro Duarte, outro elemento ligado à campanha presidencial de Marcelo, será o candidato da coligação Porto Autêntico, que junta PSD e PPM, à Assembleia Municipal portuense, nas autárquicas de 1 de Outubro. Esta escolha foi recebida no partido com elogios e como uma “grande aposta” para o combate que se avizinha.

Pedro Duarte foi um dos enfants terribles” do partido que José Pedro Aguiar Branco desafiou, no congresso do PSD de 2016, a disponibilizarem-se para a corrida autárquica, mesmo que não gostassem do líder. O outro, José Eduardo Martins, entrou há meses no espírito autárquico, quando começou a ajudar na elaboração do programa do partido na capital. Soube-se entretanto que o ex-deputado e antigo secretário de Estado do Ambiente também seria candidato à Assembleia Municipal de Lisboa.

A primeira preocupação da candidatura social-democrata no Porto foi convidar as pessoas da área do PSD, juntá-las em torno do projecto de Álvaro Almeida e depois, com o partido unido, fazer convites a outras personalidades da cidade, justificou ao PÚBLICO fonte social-democrata. 

Os 100 primeiros nomes da comissão de honra de Álvaro Almeida deverão ser anunciados durante o mês de Maio. Antes desse momento serão divulgadas as escolhas feitas para as sete juntas de freguesias da cidade. Os convites já estão a ser feitos e, segundo fonte da candidatura, “a receptividade tem sido boa”. A mesma fonte garantiu que antes dos primeiros contactos terem começado, militantes do PS, que no passado tiveram “posições importantes nas juntas, disponibilizaram-se para colaborar com o PSD”.

O único nome que já foi confirmado é o de Alberto Machado, que se vai recandidatar à presidência da Junta de Freguesia de Paranhos pela coligação PSD/PPM.

Muitas das pessoas que aceitaram fazer parte da comissão de honra marcaram presença na sessão pública de apresentação da candidatura Porto Autêntico, dando um sinal de unidade em torno de Álvaro Almeida, um independente da área social-democrata. O sinal mais forte foi, aliás, dado por Pedro Passos Coelho e Rui Rio, que se sentaram lado a lado na cerimónia.

Renascença renova comentadores

O facto de a candidtaura social-democrata ser protagonizada por Álvaro Almeida causou um revés na programação da Rádio Renascença. Ao fim de três anos, o independente abandonou definitivamente a sua colaboração como comentador residente no programa Conversas Cruzadas, no qual também participava Daniel Bessa, o antigo ministro da Economia, que também saiu.

O que estava acordado é que Álvaro Almeida suspenderia a sua colaboração entre o dia da apresentação pública da sua candidatura e o dia das eleições e depois logo se avaliaria se regressava ou não em função do resultado eleitoral. Isto porque a direcção de programas da Renascença não queria que o Conversas Cruzadas ficasse associado a uma candidatura. Daí que num primeiro momento, o professor associado da Faculdade de Economia do Porto tivesse solicitado a sua suspensão no programa.

Sucede que o candidato acabou por se desvincular no momento em que soube que para o seu lugar a direcção e programas havia convidado Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), que já colaborava esporadicamente na ausência de outros comentadores da estação. Amigo de Rui Moreira, Nuno Botelho foi director de campanha do actual presidente da Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 2013. 

Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, o antigo ministro da Economia, Daniel Bessa, que foi eleito presidente da Assembleia Municipal do Porto na lista do independente Rui Moreira, em 2013, também abandonou o Conversas Cruzadas. A saída de Daniel Bessa, que participava de três em três semanas no programa, rodando com Manuel Carvalho da Silva, ex-líder da CGTP, e com Silva Peneda, antigo presidente do CES, acontece um dia depois de Álvaro Almeida ter comunicado à direcção da estação que deixava de vez o programa.