Açores com dentista público até aos 18 anos

Região é a única do país que tem um programa de saúde oral que abrange os jovens até à idade adulta através de tratamentos nos centros de saúde.

Foto
Programa dos Açores Rui Soares

A promoção da saúde oral nos Açores vai mais além dos serviços previstos no continente, mas fica um pouco aquém da realidade da outra região autónoma.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A promoção da saúde oral nos Açores vai mais além dos serviços previstos no continente, mas fica um pouco aquém da realidade da outra região autónoma.

De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), os Açores são a única região do país com um programa de saúde oral, que começou a vigorar em 2002, que abrange os jovens até aos 18 anos através do acesso a tratamentos nos centros de saúde regionais.

“Além da vertente curativa, o programa contempla a educação para a saúde oral com a deslocação programada e semanal de médicos dentistas às escolas da região”, explica Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD.

O procedimento tem tanto de simples como de inovador. Na primeira consulta, cada criança recebe o Boletim Individual de Saúde Oral (BISO), onde são registados todos os tratamentos que são efectuados. "É único no país”, sublinha Orlando Monteiro da Silva, acrescentando que o Programa Regional de Saúde Oral contempla ainda consultas para grávidas e doentes com determinadas patologias, como a diabetes.

O programa foi elaborado em “estreita colaboração” com a OMD, o que acabou por valer a Carlos César, presidente do executivo açoriano na altura, a medalha de ouro da ordem.

Tal como na Madeira, todos os centros de saúde possuem dentistas no quadro, mas ao contrário desta não existem convenções com o sector privado, o que deixa, tal como no continente, parte da população desprotegida.

“A barreira financeira no acesso aos cuidados de saúde oral é um dos principais obstáculos, senão mesmo o principal, a uma melhor saúde oral da população”, aponta o responsável pela OMD, traçando o retrato do país. Os vários programas em vigor – o nacional e os regionais – não impedem que os portugueses sejam, entre as nações desenvolvidas, aqueles com piores indicadores de saúde oral.