A maior parte dos adolescentes não usa os cheques-dentista

Apenas 38% dos jovens com 16 anos utilizaram os vales.

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Entre Janeiro e final de Setembro, mais de 227 mil pessoas utilizaram cheques-dentista PAULO RICCA / PUBLICO

Lançado em 2008, o programa do cheque-dentista tem tido uma evolução que todos elogiam. Desde a criação, abrangeu mais de 2,5 milhões de pessoas, com um orçamento anual de 18 milhões de euros. Mas o recente alargamento aos adolescentes ainda não teve grande impacto: apenas 38% dos jovens com 16 anos utilizaram os vales que lhes permitem recorrer a consultórios privados e só 43% dos que têm 18 anos beneficiaram desta possibilidade. São dados da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) relativos aos nove primeiros meses deste ano.

Este alargamento dos cheques-dentista aos adolescentes é recente e limitado -  só os jovens que aos 13 anos beneficiaram do programa  de saúde oral têm a possibilidade de voltar a utilizar os vales aos 16 e aos 18 anos - e  será isso que justifica a baixa taxa de utilização. Mas há uma explicação suplementar, segundo o bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva. “Há outra condicionante, que é o facto de, em ambos os grupos, os cheques terem de ser emitidos pelos centros de saúde, a pedido do interessado ou por iniciativa do médico de família. Como este alargamento do programa a estes dois grupos etários tem sido pouco divulgado, ainda são poucos os utilizadores”.

Caso de sucesso com grávidas, idosos e crianças

De resto, o programa do cheque-dentista está a ser um caso de sucesso. Começou com as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde e os idosos beneficiários do complemento solidário, estendeu-se às crianças em 2009, para incluir os utentes infectados com o vírus VIH/sida em 2010. Há dois anos passou a incluir intervenções precoces em casos de risco de cancro oral e, mais tarde, abrangeu os adolescentes, primeiro os de 16 anos e, este ano, os de 18 anos.

Entre Janeiro e final de Setembro, mais de 227 mil pessoas utilizaram estes vales, uma taxa de utilização da ordem dos 83%, face aos 76% registados no ano anterior. São as crianças e jovens de 7, 10 e 13 anos que mais usufruem desta possibilidade (92% do total).

 

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