Conselheira de Trump cometeu “clara violação” ética ao publicitar linha de Ivanka

“Há motivos fortes para acreditar que a sra. Conway violou o código de conduta e que deve ser aplicada uma acção disciplinar”, lê-se na carta assinada pelo director do gabinete de ética do Administração norte-americana.

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Reuters/JOSHUA ROBERTS

O director do Gabinete de Ética da Administração norte-americana, Walter Shaub, escreveu uma carta em que declara que Kellyanne Conway incorreu numa “clara violação” das normas éticas. Na semana passada, durante uma entrevista à Fox, esta conselheira de Donald Trump recomendou a compra de produtos de Ivanka Trump, o que fez com que fosse fortemente criticada. “Recomendo que a Casa Branca investigue as acções da sra. Conway e considere tomar medidas disciplinares”, escreveu Walter Shaub na carta divulgada esta quarta-feira.

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O director do Gabinete de Ética da Administração norte-americana, Walter Shaub, escreveu uma carta em que declara que Kellyanne Conway incorreu numa “clara violação” das normas éticas. Na semana passada, durante uma entrevista à Fox, esta conselheira de Donald Trump recomendou a compra de produtos de Ivanka Trump, o que fez com que fosse fortemente criticada. “Recomendo que a Casa Branca investigue as acções da sra. Conway e considere tomar medidas disciplinares”, escreveu Walter Shaub na carta divulgada esta quarta-feira.

Tudo começou quando a retalhista Nordstrom retirou das lojas a linha de roupa de Ivanka Trump, filha do Presidente norte-americano. A decisão da cadeia de lojas levou Kellyanne Conway pronunciasse: “Vão comprar as coisas da Ivanka, é o que vos diria. É uma linha maravilhosa. Tenho algumas peças. Vou fazer publicidade grátis aqui: comprem hoje, podem encontrar online”.

Na carta, datada de 13 de Fevereiro, Walter Shaub afirma que estas declarações representam uma “clara violação” da proibição de usar inadequadamente um cargo público. Shaub refere que as afirmações de Conway foram feitas ao programa Fox & Friends na sala de imprensa da Casa Branca, estando a ser entrevistada na qualidade de conselheira. “Ainda assim, usou a entrevista como uma oportunidade de divulgar os produtos da sra. Trump”, escreveu o director do gabinete de ética da Casa Branca. “Os funcionários do poder executivo devem usar a sua autoridade para benefício do povo americano e não para benefício privado”, lê-se na missiva.

Na altura, também a CNN referiu que a lei federal prevê que os funcionários públicos não devem utilizar as suas posições para o “apoio a qualquer produto, serviço ou empresa, ou para o lucro privado de amigos, parentes ou pessoas com quem o funcionário está afiliado” fora do governo.

Na passada quinta-feira, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que Kellyanne Conway tinha sido “aconselhada” sobre as suas declarações. No entanto, Walter Shaub diz que o Gabinete de Ética da Administração norte-americana não foi notificada de qualquer acção disciplinar aplicada a Conway.

No último parágrafo da carta, Walter Shaub pede que o gabinete seja notificado de qualquer medida disciplinar ou correctivo aplicado a Kellyanne Conway até ao dia 28 de Fevereiro.