Israel aprova construção de 2500 casas para colonos na Cisjordânia

Dias depois da chegada de Trump à Casa Branca, Israel ignora resolução da ONU e coloca em prática a anunciada expansão de colonatos.

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Colonato israelita de Maaleh Adumim na Cisjordânia Reuters/GIL COHEN MAGEN

Depois de ter autorizado, no passado domingo, a expansão dos colonatos israelitas na Jerusalém Leste ocupada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, aprovaram esta terça-feira a construção de 2500 casas na Cisjordânia. Em concreto, e segundo o jornal israelita Haaretz, foi aprovada a comercialização de terrenos para a construção imediata de 909 casas, bem como a agilização do planeamento, nos comités competentes, para mais 1642 habitações.

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Depois de ter autorizado, no passado domingo, a expansão dos colonatos israelitas na Jerusalém Leste ocupada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, aprovaram esta terça-feira a construção de 2500 casas na Cisjordânia. Em concreto, e segundo o jornal israelita Haaretz, foi aprovada a comercialização de terrenos para a construção imediata de 909 casas, bem como a agilização do planeamento, nos comités competentes, para mais 1642 habitações.

Nos últimos dias de Barack Obama na Casa Branca o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução, que contou com a inédita abstenção dos EUA, a condenar a construção de colonatos israelitas em território palestiniano. A juntar a isto está uma resolução, mais antiga, datada de 1967, e que surgiu na sequência da chamada Guerra dos Seis Dias, no mesmo ano, entre Israel e uma coligação de oito países árabes. No conflito, o exército israelita ocupou, entre outros territórios, a Cisjordânia, levando a ONU a aprovar uma resolução determinando a retirada de Israel dos territórios ocupados. Trump afirmou que tudo iria mudar quando chegasse à Casa Branca.

“Estamos a construir e continuamos a construir” escreveu Netanyahu no Twitter, citado pelo Haaretz, na sequência da decisão desta terça-feira. Antes, e anunciando a construção das casas, o ministro da Defesa afirmou que o objectivo é “manter a vida quotidiana normal” na região. Actualmente há 200 mil colonos a viver em Jerusalém Leste, para além de 430 mil na Cisjordânia.

Segundo Lieberman, a maioria das novas construções serão realizadas nos colonatos israelitas, com cerca de 100 em Beit El e Migron. O mesmo Haaretz noticiou há dias que os pais do genro de Donald Trump, Jared Kushner, e o embaixador nomeado pela nova administração norte-americana para Israel, David Friedman, realizaram doações que ascendem aos cerca de dois milhões de dólares (mais de 1,8 milhões de euros) destinadas ao colonato de Beit El.

A Autoridade Palestiniana reagiu já ao anúncio, afirmando que o plano de construção é uma “provocação deliberada de Israel fazendo troça da comunidade internacional”. Uma porta-voz do líder palestiniano, Mohamoud Abbas, garantiu que a decisão “prejudica as tentativas de restabelecer a segurança e estabilidade na região e encorajará a radicalização e o terrorismo, e coloca obstáculos antes de qualquer tentativa de criar um processo diplomático que conduza à paz e à segurança”.

No passado domingo, Benjamin Netanyahu prometeu aos seus ministros levantar todas as restrições sobre a construção de casas para colonos na Jerusalém Leste ocupada que resultam da pressão diplomática americana, após uma conversa telefónica com o Presidente norte-americano, ao fim do dia. Em Washington, a Casa Branca fez saber que "está a dar os primeiros passos de discutir" o tema de mudar a embaixada dos EUA em Israel de Telavive para Jerusalém.