Uma armada lusófona completa o cartaz do Vodafone Mexefest

O festival que ocupa a Avenida da Liberdade, em Lisboa, nos dias 25 e 26 deste mês, anunciou um mosaico da diversidade actual da música portuguesa. E terá a honra de reabrir as portas do histórico Capitólio, no Parque Mayer.

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O festival espalha-se por toda a Avenida da Liberdade e torna essa área lisboeta uma verdadeira protagonista do festival NUNO FERREIRA SANTOS

Já sabíamos que Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo, viria apresentar esse álbum extraordinário. Já sabíamos que veríamos Howe Gelb, distinto cantor da música de fronteira americana, ou Kevin Morby, novo representante das canções de uma América sem fronteiras. Tínhamos marcado na agenda o concerto desse histórico combo de hip hop jazzificado chamado Digable Planets, o festim dançante do Jagwar Ma, a presença das doces canções de Mallu Magalhães, a pop solar dos Whitney ou a voz da consciência hip hop corporizada em Talib Kweli. Já sabíamos que todos eles marcariam presença no Vodafone Mexefest – e que, infelizmente, o soulman Charles Bradley, impedido pelo tratamento a um cancro, fora obrigado a cancelar viagem. Agora, sabemos tudo o resto.

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Já sabíamos que Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo, viria apresentar esse álbum extraordinário. Já sabíamos que veríamos Howe Gelb, distinto cantor da música de fronteira americana, ou Kevin Morby, novo representante das canções de uma América sem fronteiras. Tínhamos marcado na agenda o concerto desse histórico combo de hip hop jazzificado chamado Digable Planets, o festim dançante do Jagwar Ma, a presença das doces canções de Mallu Magalhães, a pop solar dos Whitney ou a voz da consciência hip hop corporizada em Talib Kweli. Já sabíamos que todos eles marcariam presença no Vodafone Mexefest – e que, infelizmente, o soulman Charles Bradley, impedido pelo tratamento a um cancro, fora obrigado a cancelar viagem. Agora, sabemos tudo o resto.

Em conferência de imprensa esta quinta-feira foram revelados os restantes nomes em cartaz. Uma verdadeira armada lusófona dos mais diversos géneros. Um mosaico que, se dúvidas houvesse, comprova quão excitante é o presente da música criada em Portugal. Da expressividade fora deste mundo de Lula Pena à voz e acordeão de Celina da Piedade, da pop luminosa de Filipe Sambado às canções imaculadas de Luís Severo, dos eternos viajantes Medeiros/Lucas ao fervilhante trabalho sobre a música dos PALOP feito pelos Celeste/Mariposa, do psicadelismo ambiental de Acid Acid ao hip hop idiossincrático de PZ ou à homenagem a Dina protagonizada por nomes como Ana Bacalhau, B Fachada, Márcia, Mitó ou D’Alva, entre outros, muito haverá por onde escolher – isto sem esquecer que, em cartaz, já tínhamos Mayra Andrade, Octa Push, Bruno Pernadas, Joana Barra Vaz ou o encontro entre Mike El Nite e Nerve.

O festival que ocupa, em Lisboa, toda a Avenida da Liberdade e áreas envolventes tem a sua edição 2016 nos dias 25 e 26 de Novembro e já lhe conhecemos a frenética rotina. Avenida acima, avenida abaixo, para ir ao encontro de diversos concertos em salas históricas, como o Coliseu dos Recreios ou o Cinema São Jorge, em espaços emblemáticos, como a Casa do Alentejo, ou espaços recebidos inicialmente como inesperados mas que, ao fim de várias edições, já pertencem à “casa” Vodafone Mexefest, como o pátio da Estação Ferroviária do Rossio ou a belíssima Sociedade de Geografia de Lisboa. Reforço de peso nesta edição será a inclusão do Cine-Teatro Capitólio no roteiro do festival.

A histórica sala no Parque Mayer, inaugurada em 1931 e em obras de recuperação desde 2009, reabrirá as suas portas para receber, no seu palco nobre, Large Professor & Diamond D, Talib Kweli e Mike El Nite & Nerve, dia 25, e Mayra Andrade e La Dame Blanche, dia 26. Mas não só: haverá igualmente um palco montado nos bastidores e outro no terraço. Haverá outra novidade para descobrir, esta no Teatro Tivoli. Por trás da área de projecção, num espaço onde ficou preservado todo o material original do teatro, descobriremos o palco Sotão do teatro – ali veremos os Irmãos Makossa, dia 26 e, no dia anterior, Pedro Coquenão, o homem por trás de Batida, apresentar o espectáculo “Os Projeccionistas”.

O Vodafone Mexefest é um festival que preza a diversidade do pulsar musical contemporâneo não massificado e que nasceu com a ambição de tornar toda a zona histórica lisboeta que ocupa uma personagem que seja, aos olhos do público, tão importante como a música que nele ouvimos. Por isso mesmo, a organização tem revelado todos os anos o desejo de surpreender os espectadores, forma ideal de preservar um local e um momento na memória. Tal manifesta-se, por exemplo, nos já habituais concertos no interior do autocarro que transporta os espectadores pela Avenida da Liberdade (dia 25, a banda em movimento será os Fugly; dia 26, os 800 Gondomar). E manifestar-se-á este ano, pela primeira vez, de outras formas. Uma delas será a aparição, ao soar do Cuco, como nos relógios de eras passadas, de um músico surpresa para um concerto na varanda central do Coliseu dos Recreios, aberta para a Rua das Portas de Santo Antão. Outras duas chegam importadas do Vodafone Paredes de Coura. Falamos dos Concertos Surpresa e do Vozes na Escrita. Os primeiros são precisamente o que nome indica: no decorrer de cada um dos dias de festival será anunciado um concerto cujo protagonista, horário e local respectivo serão até então mantidos em segredo. O segundo põe homens e mulheres cujo ofício são as palavras a trabalhar perante o público, como em tertúlia, sobre letras de canções, poesia, prosa, enfim, o que entenderem. Em Paredes de Coura os protagonistas são por hábito escritores. No Mexefest, esse papel caberá aos músicos Carlão, Mike El Nite, Fuse e Da Chick.

 Os bilhetes para o Mexefest têm o preço único de 45 euros. Nos dias 25 e 26 de Novembro, custarão 50 euros.