Guterres já virou a corrida ao contrário

Nas três votações, a vitória de Guterres foi consistente. E não há sequer um número dois óbvio.

Uma coisa António Guterres já conseguiu: virar do avesso as especulações sobre as probabilidades de ser o próximo secretário-geral da ONU. As que lhe eram atribuídas — em particular pelos analistas e media anglo-saxónicos que, não o conhecendo, o ignoraram durante bastante tempo — e as que Guterres dava a si próprio. No início deste processo de selecção, o ex-líder do ACNUR disse que tinha 20% de hipóteses de ser o escolhido para chefia a ONU. Mas os 15 membros do Conselho de Segurança já votaram três vezes e em todas o resultado foi o mesmo: é Guterres que a maioria quer de forma muito expressiva. Não sabemos como vai ser a quarta votação, nem quem são os dois votos de desencorajamento (o terceiro, naturalmente, será da própria Nova Zelândia, que tem uma candidata na corrida e que, no início, foi considerada a grande favorita). Mas perante três votações tão consistentes — e sem existir sequer um número dois óbvio —, será muito difícil aos países com poder de veto no conselho defenderem outro nome que não o de António Guterres.

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Uma coisa António Guterres já conseguiu: virar do avesso as especulações sobre as probabilidades de ser o próximo secretário-geral da ONU. As que lhe eram atribuídas — em particular pelos analistas e media anglo-saxónicos que, não o conhecendo, o ignoraram durante bastante tempo — e as que Guterres dava a si próprio. No início deste processo de selecção, o ex-líder do ACNUR disse que tinha 20% de hipóteses de ser o escolhido para chefia a ONU. Mas os 15 membros do Conselho de Segurança já votaram três vezes e em todas o resultado foi o mesmo: é Guterres que a maioria quer de forma muito expressiva. Não sabemos como vai ser a quarta votação, nem quem são os dois votos de desencorajamento (o terceiro, naturalmente, será da própria Nova Zelândia, que tem uma candidata na corrida e que, no início, foi considerada a grande favorita). Mas perante três votações tão consistentes — e sem existir sequer um número dois óbvio —, será muito difícil aos países com poder de veto no conselho defenderem outro nome que não o de António Guterres.