Esta é a embaixada do cinema português em Locarno

Longas-metragens de João Pedro Rodrigues e de Rita Azevedo Gomes e quatro curtas na competição oficial deste festival suíço que decorre entre 3 e 13 de Agosto. Programação acaba de ser apresentada.

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Afinal,  a forte presença portuguesa no festival de Berlim em Fevereiro deste ano (com quatro longas em estreia mundial e duas curtas a concurso) não foi um simples fogacho. A edição 2016 do festival de Locarno, a decorrer de 3 a 13 de Agosto e cuja programação foi anunciada esta manhã, aposta a dobrar no cinema português, com a presença inaudita de duas longas-metragens e quatro curtas na competição oficial, para um total de treze filmes portugueses ou com co-financiamento nacional no certame.

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Afinal,  a forte presença portuguesa no festival de Berlim em Fevereiro deste ano (com quatro longas em estreia mundial e duas curtas a concurso) não foi um simples fogacho. A edição 2016 do festival de Locarno, a decorrer de 3 a 13 de Agosto e cuja programação foi anunciada esta manhã, aposta a dobrar no cinema português, com a presença inaudita de duas longas-metragens e quatro curtas na competição oficial, para um total de treze filmes portugueses ou com co-financiamento nacional no certame.

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O Ornitólogo, a muito aguardada quarta longa de João Pedro Rodrigues  (co-produção Blackmaria com a francesa House on Fire e a brasileira Ítaca Filmes), e Correspondências, documentário de Rita Azevedo Gomes(produção CRIM), foram seleccionados para o concurso principal do certame suíço, que premiou em anos anteriores Pedro Costa ou Joaquim Pinto. Junta-se-lhes uma primeira obra francesa, Jeunesse de Julien Samani, produzida por Paulo Branco através das suas empresas francesa (Alfama Films) e portuguesa (Leopardo Filmes).<_o3a_p>

Na competição de curtas Pardi di Domani encontramos mais quatro títulos: em estreia mundial, Campo de Aviação de Joana Pimenta (produção Terratreme); a animação de José Miguel Ribeiro Estilhaços, estreada na Monstra (Praça Filmes); e, vindos do concurso de Vila do Conde, Setembro de Leonor Noivo (Terratreme) e À Noite Fazem-se Amigos de Rita Barbosa (O Som e a Fúria). O concurso de primeiras e segundas obras Cineastas do Presente recebe El Auge del Humano do argentino Eduardo Williams, em co-produção portuguesa com a Bando à Parte de Rodrigo Areias. <_o3a_p>

Fora de concurso, serão ainda exibidos a homenagem de João Botelho a Manoel de Oliveira – O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu (Ar de Filmes); três curtas-metragens, Longe de José Oliveira (Optec), A Brief History of Princess X de Gabriel Abrantes (Hermaphrodite Films) e The Hunchback de Abrantes e Ben Rivers (Mutual Respect Productions); e, no écrã gigante ao ar livre da Piazza Grande, a longa de Licínio de Azevedo Comboio de Sal e Açúcar (Ukbar Filmes em co-produção com França, Brasil, Moçambique e África do Sul), que foi aliás contemplada pelo laboratório de financiamento de Locarno, Open Doors, em 2014. <_o3a_p>

Para João Pedro Rodrigues, a presença em Locarno marca o regresso ao festival suíço onde já mostrara a concurso o exercício ficcional assinado a meias com João Rui Guerra da Mata A Última Vez que Vi Macau. O Ornitólogo, projecto há muito almejado pelo realizador, é um dos filmes portugueses mais aguardados pela comunidade cinéfila global, num momento em que o cineasta de O Fantasma e Morrer como um Homem prepara uma integral expandida a convite do Centro Pompidou em Paris. Para Rita Azevedo Gomes, a presença de Correspondências no concurso de Locarno surge na sequência da aclamação internacional obtida pela sua adaptação de Barbey d’Aurevilly A Vingança de uma Mulher, exibida nos festivais de Roterdão, Viena ou Buenos Aires e que chegou a ter estreia comercial em França.<_o3a_p>

O Ornitólogo e Correspondências farão parte dos 17 filmes a concurso pelo Leopardo de Ouro, numa selecção oficial que o director do certame, Carlo Chatrian, disse na conferência de imprensa de apresentação marcar um “regresso ao espírito original do festival, o espírito que fez de Locarno um certame de vanguarda”. Da competição fazem parte nomes de peso no actual cinema de autor mundial, como a alemã Angela Schanelec (cujo Der traumhafte Weg marca a sua primeira presença no concurso do festival suíço), o romeno Radu Jude (vencedor do IndieLisboa 2015 com Aferim! e que apresenta aqui Inimi Cicatrizate), ou o argentino Matias Piñeiro (pela segunda vez no concurso principal) com Hermia & Helena. <_o3a_p>

A competição recebe também repetentes como a dupla formada por Tizza Covi e Rainer Frimmel, que é bem conhecida dos festivais portugueses (segunda entrada em Locarno com Mister Universo), a argentina Milagros Mumenthaler (vencedora do Leopardo de Ouro em 2011), o egípcio Yousry Nasrallah (Brooks, Meadows and Lovely Faces, terceira presença) ou o japonês Katsuya Tomita (Bangkok Nites, segunda presença após Saudade em 2011). O júri oficial será presidido pelo realizador cubano Arturo Ripstein, que será secundado pela actriz Kate Moran, pelos realizadores Wang Bing e Rafi Pitts e pelo produtor brasileiro Rodrigo Teixeira. O italiano Dario Argento será o presidente do júri do concurso Cineastas do Presente e o alemão Edgar Reitz encabeça o júri das curtas-metragens.<_o3a_p>

Numa edição dedicada aos recém-falecidos Michael Cimino e Abbas Kiarostami, o filme de abertura será The Girl with All the Gifts de Colm McCarthy, adaptação do romance A Rapariga que Sabia Demais de M. R. Carey, com Gemma Arterton e Glenn Close. A Piazza Grande, o maior écrã ao ar livre da Europa, receberá Jason Bourne, o regresso do actor Matt Damon e do realizador Paul Greengrass ao franchise criado pelo escritor Robert Ludlum; a palma de Ouro de Cannes, I, Daniel Blake de Ken Loach; Poesía sin Fin, a mais recente fantasia autobiográfica do cineasta de culto chileno Alejandro Jodorowsky (que receberá o Leopardo de Honra e será alvo de uma retrospectiva), ou Vor der Morgenröte, onde a cineasta austríaca Maria Schrader ficciona os últimos meses de vida do escritor Stefan Zweig no Brasil. <_o3a_p>