Boris Johnson e Theresa May devem avançar esta semana

Ian Duncan Smith diz que futuro primeiro-ministro deve sair do campo que apoiou saída da UE. Chefe da diplomacia quer que "Brexiters" expliquem como vão cumprir promessas

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As trocas de acusações podem ser mais sonoras no Partido Trabalhista, mas o debate não é menos intenso entre os conservadores, numa altura em que vários candidatos medem as suas hipóteses de suceder a David Cameron.

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As trocas de acusações podem ser mais sonoras no Partido Trabalhista, mas o debate não é menos intenso entre os conservadores, numa altura em que vários candidatos medem as suas hipóteses de suceder a David Cameron.

A imprensa britânica adianta que tanto Boris Johnson, o ex mayor de Londres que liderou a campanha pela saída da UE, como Theresa May, a ministra do Interior que se manteve ao lado de Cameron, deverão apresentar a sua candidatura à liderança dos tories durante esta semana. Boris é, à partida, visto como o favorito, mas vários deputados que apoiaram a permanência na UE tentam unir forças em redor de uma candidatura alternativa e May é vista como a sua preferida – uma sondagem do jornal Mail on Sunday sugere que a ministra recolhe mais apoios entre os eleitores conservadores no confronto directo com o rival.

Neste medir de forças, há mesmo quem sugira que outros potenciais candidatos podem desistir da corrida para que as eleições se concentrem apenas nos dois favoritos. E Justine Greening, actual ministra para o Desenvolvimento Internacional, sugeriu mesmo que, a bem da unidade do partido, Boris e May poderiam chegar a um acordo para decidir quem iria chefiar o Governo e qual ficaria como vice-primeiro-ministro – hipótese que não terá, no entanto, muito apoio entre os deputados, ainda a tentar superar as fracturas criadas pela campanha.

Divisões que foram bem visíveis neste domingo, pela voz de dirigentes dos dois campos. O antigo ministro da Segurança Social, Ian Duncan Smith, disse na BBC que o futuro líder dos tories deve ser encontrado entre os que fizeram campanha pelo “Brexit”. “Seria muito difícil para os eleitores que votaram pela saída terem um primeiro-ministro que se opôs a essa saída”.

Do outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, que apoiou a permanência, disse que é tempo de os líderes da campanha pelo “Brexit” explicarem “ao povo britânico como vão cumprir as promessas contraditórias que fizeram”. “Lamento dizê-lo, mas entre eles está Boris Johnson”, afirmou Philip Hammond.