Que bem se está no campo

Há um grande desejo de cinema em Rio Corgo, mas o que se quer fazer com ele?

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Exemplo mais recente da corrente “ruralista” do novo cinema de não-ficção português (depois de Lacrau, Campo de Flamingos sem Flamingos ou Volta à Terra), Rio Corgo é também aquele que mais se coloca do lado da ficção – ou, se quisermos, da efabulação, visto desenhar-se como uma espécie de fantasia suavemente febril inspirada pela própria vida do seu actor/personagem Joaquim Silva.

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Exemplo mais recente da corrente “ruralista” do novo cinema de não-ficção português (depois de Lacrau, Campo de Flamingos sem Flamingos ou Volta à Terra), Rio Corgo é também aquele que mais se coloca do lado da ficção – ou, se quisermos, da efabulação, visto desenhar-se como uma espécie de fantasia suavemente febril inspirada pela própria vida do seu actor/personagem Joaquim Silva.

A primeira longa da dupla luso-suíça formada por Maya Kosa e Sérgio da Costa é, contudo, extremamente frágil e desequilibrada. Trai um evidente desejo de cinema nas imagens de cortar a respiração que arranca regularmente, mas apenas sabe preencher o espaço entre essas imagens inflacionando artificialmente a simplicidade dos seus cenários e personagens, forçando uma tentativa de sabedoria poética ao lado da qual acaba por passar.