António Costa um dia na Grécia para enfrentar Europa

Primeiro-ministro visita Atenas na segunda-feira a convite do seu homólogo grego, para discutir a agenda europeia, incluindo a crise dos refugiados, com a visita a um campo.

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António Costa lamentou falhanço no acordo entre accionistas do BPI Nuno Ferreira Santos

Um dia de agenda cheia será o que espera António Costa, que na próxima segunda-feira estará em Atenas a convite de Alexis Tsipras e que se encontrará também com o Presidente da República Helénica, Prokopis Pavlopoulos, e visitará um campo de refugiados na região ateniense.

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Um dia de agenda cheia será o que espera António Costa, que na próxima segunda-feira estará em Atenas a convite de Alexis Tsipras e que se encontrará também com o Presidente da República Helénica, Prokopis Pavlopoulos, e visitará um campo de refugiados na região ateniense.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro, a visita tem como objectivo as relações bilaterais e “a análise de alguns temas que marcam a agenda europeia”, como os refugiados. Nesse âmbito, será feito um “ponto de situação relativamente aos refugiados e aos contributos que Portugal e a Grécia poderão assegurar no quadro do que foi acordado no último Conselho Europeu”.

De acordo com a Agência Lusa, o convite de Tsipras a Costa foi feito durante o encontro promovido pelo Chefe de Estado francês François Hollande há três semanas e meia com os chefes de Governo e líderes do Partido Socialista Europeu, para o qual o primeiro-ministro grego foi convidado como observador já que se ia preparar o Conselho Europeu dessa semana, dedicado, em parte à crise dos refugiados.

Mas nessa reunião dos socialistas foi também abordado o processo do chamado semestre europeu e a necessária coordenação de políticas económicas e orçamentais. Temas que deverão voltar à mesa do encontro de António Costa e Alexis Tsipras agora em Atenas, já que até ao final do mês será preciso apresentar em Bruxelas os planos de estabilidade.

O Governo grego, apesar do braço de ferro do ano passado com Bruxelas, que levou a eleições legislativas e a um novo resgate, continua contestatário das imposições da União Europeia. Há um ano, quando Tsipras ganhou as primeiras eleições na Grécia à frente do Syriza, António Costa considerou que esse era “mais um sinal da mudança de orientação política” que estava em curso na Europa, do “esgotamento das políticas de austeridade e da necessidade de haver outra política que faça da moeda única efectivamente uma moeda comum”.

Além dos encontros com o primeiro-ministro e o Presidente da República, António Costa visitará um campo de refugiados na região de Atenas para vincar o compromisso, que já expressou há dois meses perante a chanceler alemã Angela Merkel, de Portugal receber mais quase seis mil migrantes do que a quota comunitária que lhe foi destinada, de pouco mais de três mil pessoas.

A Grécia é um dos principais pontos de entrada de refugiados na União Europeia vindos da Turquia e, na sequência do acordo entre Bruxelas e Ancara para tentar estancar o fluxo migratório que atravessa o Mediterrâneo, as deportações automáticas de migrantes e requerentes de asilo chegados às ilhas gregas depois de 20 de Março começaram esta segunda-feira.